Pais voltam para escola e auxiliam filhos

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   Não basta a escola acolher alunos com deficiência e oferecer serviços como salas de recursos - espaços pedagógicos voltados para o atendimento às necessidades especiais. É preciso que os pais participem, acompanhem o processo de aprendizagem e, muitas vezes, até voltem para a sala de aula.
    Para ajudar a filha Grazieli, 9 anos, que é surda, a dona de casa Gabriela Nepomuceno, 37, aceitou o desafio e fez no ano passado curso de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) pela Prefeitura de São Bernardo. "Em casa temos nossa linguagem, mas na rua tinha dificuldade, porque ela não me compreendia por causa do barulho. Com os sinais facilita."
    Há dois anos a garota participa da sala de recursos, onde aprendeu LIBRAS. "É importante porque complementa o trabalho que ela faz com a fonoaudióloga e a psicopedagoga", explica a mãe.
    A dona de casa Daiane Barbosa Ferreira, 27, e o autônomo José Mariano da Silva, 32, garantem que compreenderam melhor o filho Felipe, 9, que é autista, a partir das reuniões organizadas pela Prefeitura de Santo André. "Os professores e profissionais de saúde ensinam como lidar com meu filho, desde ensiná-lo a mexer com tesoura até a higiene", afirma Daiane, que aproveita os ensinamentos também com o caçula, que tem Síndrome de Down.
   As aulas permitiram ao Felipe desenvolver a escrita, copiar e pintar. Para a professora Eliana de Lima, 50, as atividades suprem as dificuldades do dia a dia. "Trabalho com recursos para desenvolver essas habilidades. Por isso, a participação dos pais é importante."
    A região atende 1.985 alunos com deficiência em 92 salas de recursos da rede municipal - com exceção de São Caetano, que estuda a implantação das salas, e Mauá e Rio Grande da Serra, que não responderam. Na rede estadual do Grande ABC, são 67 salas.
    "Não se pode delegar tudo para a escola. Os pais precisam fazer parte da formação", afirma a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quezia Bombonatto.
    Para a especialista, a sala de recursos deve ser apropriada com material pedagógico e profissional ligado à educação especial. "É um trabalho de inclusão que visa melhorias para o ensino regular, seja para quem vai aprender LIBRAS, braille ou para aqueles com desvio de atenção."

"Agora vejo uma evolução que antes eu nem imaginava"
    A dona de casa de São Bernardo Lindamiris Francisca da Silva, 33 anos, relutou para colocar o filho Thiago, 11, que tem paralisia cerebral, na Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Arlindo Miguel Teixeira.
    A justificativa do atraso é o sentimento de proteção. "Queria que ele estudasse em escola especial. Mas me explicaram da política da inclusão e com nove anos coloquei na escola regular. Agora vejo uma evolução que antes eu nem imaginava, principalmente com a ajuda das aulas na sala de recursos", explica.
    Segundo a dona de casa, Thiago está mais atencioso e tranquilo. O garoto estuda de manhã e duas vezes por semana participa da sala de recursos, onde realiza atividades de estímulo com brinquedos e no computador.
    Para o professor Augusto Santos Silva, 32, o espaço ajuda na evolução escolar das crianças. "O aluno é atendido para desenvolver habilidades necessárias para o seu aprendizado. Isso reflete no desempenho do ensino regular." Na escola, são atendidos 35 alunos do Ensino Fundamental e do EJA (Educação para Jovens e Adultos).
    Antes de iniciar as aulas, os pais são entrevistados e recebem orientação para estimular o filho em casa. Além de complementar o ensino, o professor da sala de recursos mantém contato direto com as lições da escola regular para que possa orientar e oferecer materiais que sejam trabalhados em sala de aula.

Fonte: Diário do Grande ABC - SP

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