Especial Dia dos Namorados: histórias que provam que o amor vale a pena

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No Brasil, junho é o mês dos apaixonados. No dia 12 de junho é comemorado o Dia dos Namorados, data em que os casais celebram o carinho que sentem um pelo outro. Mas você sabe como surgiu essa data?

Nos Estados Unidos e na Europa comemora-se em 14 de fevereiro o chamado Valentine’s Day (Dia do São Valentim). Por conta de um bispo da Igreja Católica que foi executado depois de ter se apaixonado pela filha do carcereiro, no século II.

No Brasil a data foi escolhida quase que por pura estratégia comercial, já que junho era tido como um mês fraco para vendas. Portanto, o publicitário João Doria se inspirou nos resultados comerciais do Dia das Mães, e escolheu o 12 de junho como o Dia dos Namorados. Por ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro

Seja por pura estratégia de marketing ou não, o mês de junho é todinho deles: casais apaixonados e cheios de histórias de amor para compartilhar! Pensando nisso, reunimos quatro histórias de casais que inspiram. Entre eles, a deficiência física não foi um tabu para viver a felicidade de estar apaixonado, o que reforça que o amor, seja como for, sempre vale a pena!

O amor supera tudo

Flávio e Elisâgela

Flavio Pio tem 31 anos e mora em Salvador, Bahia. Aos 5 anos de idade sofreu uma paralisia infantil, tornando-se paraplégico.

Conheceu sua esposa, Elisângela Carvalho Pio, através do facebook e começaram uma grande amizade. Apesar de morarem na mesma cidade e no mesmo bairro, mantiveram a conversa virtual, e só depois de algum tempo vieram a se conhecer pessoalmente. “Foi incrível, nossos olhares não perdiam a conexão, a amizade só aumentou”, conta Flávio. 

Após esse encontro, a amizade e o carinho só aumentou, e foi durante uma das longas conversas telefônicas, que Flávio surpreendeu sua amada com o pedido de namoro. “Ela ficou surpresa, me respondeu que não sabia, eu fiquei triste com a resposta”, relembra Flávio.

Passada a surpresa, Elisângela deu enfim a resposta da Flavio tanto esperava, o sim!  A partir de então, juntos eles passaram a enfrentar algumas barreiras, como o preconceito da família e amigos. “Foi muito triste saber que as pessoas olhavam com esses olhos, mas nada, absolutamente nada conseguiu parar ou impedir o amor que um sentia pelo outro.”

Flavio e Elisângela casaram no dia 9 de Fevereiro de 2019, e mesmo com todas as dificuldades, o amor se renova todos os dias. “Somos muitos felizes, nos amamos muito e aprendemos que para o amor, não existe fronteiras.” disse Flávio.

Festa, amor e cuidado

Clairton Bassin e Glória Cogo
Clairton Bassin Pivoto tem 26 anos e mora em Santiago, município do Rio Grande do Sul. Ele nasceu sem o desenvolvimento de algumas partes do corpo. Por isso, não possui os membros inferiores, somente parte dos superiores, sendo o braço esquerdo até abaixo do cotovelo, e o direito até o antebraço.

Apesar das limitações, Clairton Pivoto sempre buscou o melhor, junto do apoio e incentivo da sua família. “Eu sempre tive muito apoio da minha família, meus pais sempre me incentivaram a lutar e buscar, conquistar o meu espaço, demarcar minha posição”, conta.

Clairton cresceu, estudou e concluiu a graduação em Psicologia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus Santiago. E logo em seguida teve a conclusão do mestrado em Gestão e Estratégia de Organizações, pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo. Lançou o livro “Inclusão no Trabalho: obrigatoriedade legal, responsabilidade social ou mera oportunidade de emprego?”. Mas se você pensa que Clairton é apenas um estudioso, está muito enganado.

Clairton Pivoto sempre foi um rapaz alegre, de bem com a vida. Como todo jovem, gosta de sair e se divertir com os amigos. E foi em uma festa do interior que conheceu Gloria Cogo, sua namorada há quatro anos.

“A forma como nós nos conhecemos foi até engraçada, foi bastante por a caso. Como meus pais são do interior, sempre gostaram de ir para festas locais e rever os parentes. Por coincidência, uma dessas festas ocorrem no final de semana do meu aniversário. Fui junto para comemorar, acabei me divertindo com amigos e, como todo jovem, bebemos. No outro dia não estava disposto à sair, porém acabei querendo ir para festa do interior também. A Gloria morava em uma cidade próxima e, um pouco contrariada, acabou indo para mesma festa com as amigas”, relata Clairton.

Entre algumas trocas de olhares, os dois acabaram virando amigos nas redes sociais. Gloria chamou Clairton, segundo ele, com a “desculpa” de lhe dar parabéns pelo aniversário, já que ela o conhecia. De tanto conversar, em um mês o rapaz tomou coragem e foi até o seu encontro. Foi a partir daquele dia, que o relacionamento começou.

Mas, com pouco tempo juntos, o casal passou por um grande sufoco. “Com 4 ou 5 meses de namoro, acabei passando por uma situação complicada, me envolvi em um acidente quando voltada da universidade”, relembra o rapaz. Clairton voltada de umas das suas atividades para conclusão do mestrado, quando foi atingido por um carro. “Fui arremessado por uns 20 metros de distância, tive fratura na bacia, costela, fraturei vertebras, enfim, fiquei bastante machucado”, relembra.

Justo neste dia, Gloria estava de passeio em sua casa e tinha ido lhe encontrar no caminho. “Ela tinha ido me encontrar e acabou vendo tudo. Ela foi junto ao hospital, ficou comigo o tempo todo, inclusive na recuperação”. A namorada praticamente se mudou para casa de Clairton para ajudar em sua recuperação. O acidente que parecia trágico, acabou fortalecendo ainda mais o casal. “Ela acabou indo morar comigo para ajudar a me cuidar e estamos morando juntos desde então, tudo por conta do acidente”.

Quando questionado sobre o casamento, Clairton brinca: “Em relação ao casamento, estou sofrendo pressões, mas ainda estou conseguindo enrolar ela (risos). Brincadeiras à parte, pretendo sim”. Será que vem casamento por aí?

Amor por telefone

Hilda de Araújo
Hilda de Araújo Domingos tem 41 anos e mora em Juru, na Paraíba. De família simples, a paraibana foi perdendo os movimentos aos poucos, o que fez com os pais procurassem até fora do estado, melhores tratamentos para cuidar da filha. Até entender sobre suas limitações, Hilda sofreu. Depois de muito tempo sem sair de casa, passando por depressões e sentimento de solidão, ela tomou coragem para aceitar sua condição e utilizar a cadeira de rodas.

Com o tempo, Hilda de Araújo foi reconquistando sua autonomia e despertando o desejo pela liberdade de viver. Foi através da cadeira de rodas que ela tomou o gosto pela vida e, quando menos esperava, o amor bateu a sua porta. Ou melhor, tocou o telefone!

Hilda conheceu o marido por uma ligação. Um dia falou com um rapaz pelo telefone da amiga e nunca mais parou. No entanto, ele morava na cidade vizinha. “Contei minha história para ele. Ele disse que não se incomodava. Marcamos um encontro e, quando o conheci ele, disse que não queria só amizade”, relembra.

Apesar da diferença de 12 anos de idade entre eles, sendo o marido o mais novo, os dois se apaixonaram. O que fez com que Hilda reacendesse o desejo de ser mãe. “Falei para ele que queria engravidar e que se ele quisesse, seria o pai. Caso contrário, que fosse embora, pois eu queria realizar esse sonho”, conta.

O casal está junto até hoje e são pais da Bianca, que tem quatro anos. “Tive minha filha, ela é a coisa mais linda da minha vida”, ressalta Hilda, cheia de gratidão.

Os três olhares que viraram casamento

Evalda Santos Coutinho

Evalda Santos Coutinho tem 48 anos, mora em Outro Branco, Minas Gerais, e sempre foi uma mulher de fé e crença. Ela nasceu em Mairi, na Bahia. Com três anos teve paralisia, o que fez com que todo seu corpo ficasse incapaz de se mexer.

Os pais de Evalda investiram tudo o que tinham em bens materiais para que ela pudesse ter uma melhor qualidade de vida. Na época, chegou a ficar seis meses internada em um dos melhores hospitais de Salvador.

Apesar dos esforços, a realidade da menina não melhorava. Ela então passou a ser cuidada pelos pais e parentes. Quando eles receberam a notícia de que Evalda não teria muitos anos de vida, a crença levou o pai da menina a fazer uma promessa. “Deus devolve minha filha e eu serei um homem que testemunhará a todos o que tu fizeste, serei um verdadeiro cristão”, conta Evalda sobre as palavras de seu pai.

Evalda Coutinho melhorou. Conseguiu recuperar alguns movimentos e, com a ajuda da cadeira de rodas, virou missionária aos 19 anos. “Eu viajava muito, pregava em congressos, falava muito do meu testemunho, e era procurada por pessoas que ficavam interessadas na minha história.

Nesses trabalhos, conheci um ex presidiário. Ele tinha um outro irmão, chamado Edson, que estava condenado há 11 anos de prisão. Então levei palavras de conforto para ele, falei de Jesus, contei meu testemunho e ele ao visitar seu irmão da cadeia, falou sobre mim e minha história”, relata Evalda.

Na época, ainda sem se conhecerem, o esposo de Evalda também fazia trabalhos sociais, visitava alguns presídios. E, por coincidência, acabou conhecendo o Edson, que lhe contou sobre a história e os trabalhos de Evalda. Passou-se alguns anos, e o esposo de Evalda conseguiu seus contatos e lhe enviou uma carta.

“José Luiz pegou meu nome e endereço, mandou uma carta avisando que acabou conhecendo meu testemunho através do Edson. Respondi achando que era alguém que queria fazer algum trabalho, etc. Passou alguns meses e José Luiz mandou mais uma carta, perguntando se eu tinha namorado, acabei não querendo responder por conta da pergunta”, relembra Evalda.

Mas depois de alguns dias, a moça respondeu. Comentou sobre sua deficiência física e disse que relacionamento não estava em seus planos. Até que José Luiz surpreende Evalda, e lhe envia mais uma carta dizendo que queria lhe conhecer e ficar noivo. “Fiquei intrigada, pois ele nunca tinha me visto. Mas ele disse que me conhecia em sonhos, que tinha sonhado comigo, e que nesse sonho eu era como um anjo, mas que sem asas. E eu entendi que isso deveria significar alguma coisa”, conta.

Foi então que José Luiz vai até o encontro de Evalda Coutinho. Em apenas três dias que se conheceram, resolveram casar. Acertaram papéis legais, noivaram e oficializaram o relacionamento. “Vi meu marido três vezes até casar. Conheci sua família depois do casamento. Somos muito felizes. Não somos perfeitos, mas vivemos sempre apaixonados. Meu casamento foi um sonho, um sonho que virou uma realidade”, ressalta Evalda.

Fonte: Blog Freedom

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