Surdos-mudos argentinos acusam papa de acobertar casos de abuso

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Casos teriam sido cometidos contra crianças surdas na província de Mendoza, na Argentina

As vítimas surdas-mudas solicitaram um encontro com o papa argentino em Roma, de 20 a 22 de fevereiro.(foto: Filippo MONTEFORTE / AFP)

Um grupo de argentinos surdos-mudos, acompanhados por surdos-mudos italianos que foram vítimas de abuso sexual por religiosos na infância, solicitou nesta quinta-feira (13/2) uma audiência com o papa Francisco, a quem acusam de ter encoberto seus casos.

"A Santa Sé, incluindo o papa Francisco, poderia ter agido para impedir a violência sexual e física generalizada contra crianças surdas cometida por padres, freiras e pessoal administrativo do Instituto Antonio Próvolo, instituição educacional e religiosa para surdos da província (argentina) de Mendoza", afirma uma declaração da organização internacional ECA ("Ending Clergy Abuse", ou "Interrompendo Abusos do Clero", em tradução livre).

As vítimas surdas-mudas solicitam um encontro com o papa argentino durante sua estada em Roma, de 20 a 22 de fevereiro.

demanda foi tornada pública depois de não receberem resposta ao pedido enviado de forma privada ao Vaticano, explicaram na nota.

"Fomos violentados, abusados sexualmente e torturados fisicamente por padres, freiras e laicos... Nossa história alcança o cerne do encobrimento desses crimes em nosso país. Os crimes não eram secretos nem para ao funcionários da igreja na Argentina, nem para os funcionários do Vaticano", afirmam no comunicado.
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Acompanhadas por seus advogados, as vítimas desejam apresentar um relatório sobre o caso em que acusam o Vaticano e o papa de encobrimento.

O relatório será entregue também à comissão dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.

Em novembro, dois padres foram condenados na Argentina a mais de 40 anos de prisão por abuso sexual e estupro de crianças surdas em um internato em Mendoza.

Um dos condenados, Nicola Corradi, de 83, é um padre italiano que havia sido denunciado no Vaticano em 2009 por abusar sexualmente de crianças surdas em Verona, norte da Itália, lembram as vítimas.

É por isso que um grupo de italianos surdos-mudos de Corradi acompanhará os argentinos durante sua viagem à península.

"Notificaram repetidamente a Santa Sé e o papa Francisco que o padre havia se mudado para a Argentina, onde mais uma vez trabalhou em escolas para crianças surdas", diz a nota da ECA, que lamenta que "o Vaticano e o papa Francisco soubessem do abuso e não tenham agido".

"Devido a isso, o sofrimento das crianças surdas da escola de Mendoza continuou", acrescentaram.


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