Cérebro de autistas é mais rápido em certas áreas, e mais lento em outras
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Respostas sensoriais são velozes, mas a região ligada ao controle motor
opera mais devagar. E essas variações podem ajudar a explicar os sintomas
Por
Ingrid Luisa
Paul Campbel/Getty Images |
O
autismo é um transtorno neurológico que atinge cerca de 25 milhões de pessoas
no mundo inteiro, segundo dados de 2015. Ele provoca dificuldade de comunicação
e interação social, bem como comportamento restrito e repetitivo. Apesar das
diversas pesquisas sobre o tema, as causas do autismo ainda não foram
identificadas — a maioria dos estudos indica que se trata da união de fatores
genéticos com causas ambientais.
Agora, um estudo desenvolvido por
cientistas britânicos e japoneses descobriu que a velocidade neural de algumas
áreas do cérebro pode estar ligada aos sintomas cognitivos das pessoas com
autismo.
Para
entender a descoberta, é preciso lembrar de algo meio óbvio: as áreas
sensoriais do cérebro que processam informações ligadas aos reflexos humanos,
vindas dos olhos, pele e músculos, têm períodos de processamento curtos,
rápidos. Já áreas que processam informações mais complexas, como a memória, a
inteligência e a tomada de decisões, respondem naturalmente de forma mais
lenta.
Mas
o novo estudo mostra que essa hierarquia de “tempos neurais” é diferente em
pessoas autistas. O estudo, que usou ressonância magnética, descobriu que o
cérebro dos autistas processa sinais sensoriais mais depressa que o normal. Já
as respostas do núcleo caudado direito, região do cérebro ligada ao aprendizado
e ao controle de impulsos motores, são mais lentas.
Apesar
de o núcleo caudado processar informações mais lentamente no cérebro de pessoas
com autismo, ele tem mais neurônios. Segundo os pesquisadores, isso pode
contribuir para padrões comportamentais recorrentes e repetitivos, bem como as
dificuldades de comunicação e interação enfrentadas pelos autistas.
Fonte: Super Abril
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