"Fiquei paraplégica por causa de piercing e hoje inspiro pessoas na web"
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Layane,
21, ganhou mais de 20 mil
seguidores em poucos dias após
compartilhar sua
história
Imagem:
Bruna Leite
|
“Fiz um piercing no
nariz em junho do ano passado. Estava tudo bem durante um mês, mas aí apareceu
uma bolinha na ponta do meu nariz. Fui tratando porque achava que era uma
espinha. Depois de uma semana, sumiu, mas comecei a sentir bastante dor nas
costas.
Durante duas semanas, eu
ia e voltava do hospital, porque os médicos não achavam nada de errado nas
minhas costas e me medicavam. Na sexta-feira, acordei com as pernas bem fracas.
Consegui tomar banho, ir à igreja e, na volta, deitei para tirar um cochilo.
Quando acordei, às 17h, eu já não sentia minhas pernas.
Na hora, eu não fiquei
desesperada, porque estava com muita dor. Achei que quando passasse a dor nas
costas, eu voltaria a sentir minhas pernas. Fui levada de ambulância para o
hospital e, lá, o médico fez o exame de sensibilidade dos meus membros
inferiores e já colocou uma sonda, porque não estava conseguindo fazer xixi.
Os exames de sangue e de
urina apontaram que eu estava com infecção no sangue. Fui transferida para
outro hospital onde fizeram uma tomografia. Novamente, eles não conseguiram ver
o que estava acontecendo. Perceberam que tinham uma infecção, mas não
entendiam o que era.
Eu teria que fazer uma
ressonância, mas, para isso, era preciso esperar por dois dias. A dor era tanta
que comecei a tomar morfina. Foram os piores dias da minha vida: eu pedia
para morrer por causa da dor.
Na ressonância,
conseguiram ver que havia pus na coluna vertebral comprimindo três vértebras.
Tive que fazer uma cirurgia para tirar a secreção. Os médicos fizeram a cultura
do pus e descobriram que era uma bactéria nasal, desenvolvida na pele.
Perguntaram se eu tinha tido sinusite ou alguma ferida. Contei sobre a espinha
depois de perfurar o nariz. Ele me disse, então, que o piercing foi a porta da
entrada para que a bactéria entrasse no meu corpo.
Fiquei mais de dois
meses no hospital para fazer todo o tratamento. Atualmente, faço fisioterapia três
vezes por semana para retomar o movimento das pernas.
Assim que voltei para
casa, decidi que queria contar a minha história, mas aquela ainda não era a
hora. Os médicos e minha família me incentivavam a falar disso, mas eu ainda
não me sentia muito à vontade para me expor. Eu sempre fui vaidosa. Não sentia
vergonha, mas não estava pronta para falar da situação.
Estou na cadeira de
rodas há seis meses. Percebi então que estava pronta de corpo, alma e mente
para contar essa história. Fiz uma série de stories no Instagram
sobre a minha vida. Na época, eu tinha 1,8 mil seguidores na rede social.
Depois de publicar a história, fui fazer uma sessão de fotos com minhas amigas.
Quando cheguei em casa, publiquei uma das imagens. Em uma noite, dobrei a
quantidade de seguidores. Atualmente, 22,3 mil pessoas me acompanham na
internet.
“Tenho muito orgulho da
minha cicatriz. Ela é a minha marca da vida”, diz a estudante Imagem: Barbara
Leite É muito bom e satisfatório poder ajudar outras pessoas com o que
estou passando. Nunca pensei que poderia inspirar os outros. Eu ainda estou me
acostumando com essa vida, mas eu estou adorando.
Jamais pensei que tanta
gente compartilharia o que eu digo. Tem algo que não me deixa desistir: é a
minha fé de que vou voltar a andar, de que vou superar isso. Eu acho que é
importante as pessoas verem pelo que passei para entenderem que não há nada que
não possamos superar.
Quero mostrar que dá
para ser alegre apesar de tudo o que passei. ,Quero também inspirar as pessoas
também a serem mais gratas. A minha cicatriz na coluna é, hoje, uma das
partes que mais gosto do meu corpo. É um jeito de lembrar da segunda chance que
Deus me deu. Sou muito orgulhosa dela.”
"Tenho
muito orgulho da minha cicatriz. Ela é a minha marca da vida", diz a
estudante Imagem: Barbara Leite.
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Fonte: universa.uol.com.br
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