Inclusão: você já ouviu falar em tecnologias assistivas?

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Crédito: Sutterstock

A Educação inclusiva compreende a escola como um espaço para todos, favorecendo a diversidade na medida em que visa acolher as diferenças. Mas será que é assim mesmo que ocorre em todas as escolas?!

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece entre as suas metas uma específica para Educação inclusiva. A Meta 4 normatiza o atendimento educacional especializado (AEE) e orienta a comunidade educativa e as políticas públicas voltadas para educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. Vale fazer um parênteses aqui sobre o uso do termo para designar esse grupo: o correto é "pessoa com deficiência". O uso de termos como "deficiente" ou "portador de deficiência" remetem a uma ideia que resume a pessoa à deficiência.


O que diz a Meta 4 do PNE sobre tecnologias assistivas

“Manter e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas habilidades ou superdotação;
[...]
Fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”

O documento deixa claro em suas metas o papel da Educação enquanto direito e um meio essencial para que todos os outros direitos se concretizem. A escola detém um papel essencial de fomentar espaços e proporcionar inclusão, convivendo com todas as diversidades e propiciando também trabalhos pedagógicos que tratem da Educação inclusiva. Esta, porém, não é uma tarefa fácil. 


Sabemos que o tema ainda é muito delicado por conter diversas fragilidades, como salas com muitos alunos, ausência de funcionários e falta de formação docente específica voltada para inclusão. Há necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola, como utilização de recursos e apoio especializado para garantir a aprendizagem de todos. E é dentro deste cenário o que é a tecnologia assistiva pode contribuir para auxiliar a atuação do professor dentro da sala de aula.


O que é a tecnologia assistiva
É uma área do conhecimento interdisciplinar que engloba recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços com objetivo de ampliar a participação de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida. Ela visa garantir autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social da população com deficiência.

Abordaremos aqui alguns caminhos que podem ser seguidos para uma transformação na Educação e acolhimento da diversidade.

Recursos: por onde começar


Atualmente há uma série de programas que facilitam a inclusão de alunos com deficiência, entre eles podemos citar programas gratuitos, como o Teclado virtual, que pode ser utilizado na tela do computador com auxílio de uma caneta especial para estudantes com mobilidade reduzida. Já o Head mouse é um programa desenvolvido para permitir que pessoa que não tem os movimentos dos braços possa usar o computador e navegar pela internet sem ajuda de outras pessoas, sendo acionado com um movimento e um piscar de olhos.



É importante que o professor utilize os programas e verifique qual recurso potencializa a aprendizagem do estudante. No caso, tenho alunos com síndrome down que se sentem confortáveis e gostam do DOSVOX.

5 caminhos para incluir de verdade


1) Promover diálogos: abrir espaços para que alunos, familiares, professores, funcionários e toda a comunidade possam conversar sobre a diversidade, valorizando convívio, interação, cooperação e respeito mútuo.

2) Formação docente: é necessário o fortalecimento de formação dos professores, buscando criar uma rede de apoio entre Educação e saúde para aprimorar os conhecimentos docentes, flexibilização de material e intervenções com os alunos.

3) Projeto pedagógico inclusivo: a inclusão deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de possibilidades de desenvolvimento. Algumas são passíveis de ocorrer pelo Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres (APM), como mudanças na reestruturação física das escolas para eliminação das barreiras arquitetônicas e criação de espaço acolhedores de aprendizagem.

4) Flexibilização do currículo: é preciso também flexibilizar o currículo e o planejamento de cada professor, adaptando às necessidades e realidade de cada estudante. Sabemos que não é uma tarefa fácil, principalmente quando faltam recursos, mas é um passo essencial na construção de aprendizagem destes alunos. Levar para sala de aula artigos, vídeos, textos, músicas que abordem as experiências e aprendizagens em inclusão, como debates sobre culturas, povos, raças e as diferentes necessidades.

5) Ações de pertencimento: muitos objetos podem ser criados dentro da sala de aula como engrossadores, avental de comunicação, apontadores especiais, pelos estudantes, aumentando o vínculo e diminuindo distâncias. Isso pode aproximar os alunos e fazê-los se sentir mais pertencentes.

A Educação inclusiva é um caminho para contemplar a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta e que atenda as reais necessidades de cada um, criando espaços de convivência. São muitos os desafios a serem enfrentados, mas, as iniciativas e as alternativas realizadas pelos professores são fundamentais a este processo.

Débora Garofalo

Professora da rede Municipal de Ensino de São Paulo, Formada em Letras e Pedagogia, Mestranda em Educação pela PUCSP, colunista de Tecnologias para o site da NOVA ESCOLA


Fonte: Nova Escola

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