Inclusão: você já ouviu falar em tecnologias assistivas?
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A Educação inclusiva compreende a escola como um espaço para
todos, favorecendo a diversidade na medida em que visa acolher as diferenças.
Mas será que é assim mesmo que ocorre em todas as escolas?!
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece entre as suas
metas uma específica para Educação inclusiva. A Meta 4
normatiza o atendimento educacional especializado (AEE) e orienta
a comunidade educativa e as políticas públicas voltadas para educandos com
deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno
global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. Vale fazer um parênteses
aqui sobre o uso do termo para designar esse grupo: o correto é "pessoa
com deficiência". O uso de termos como "deficiente" ou
"portador de deficiência" remetem a uma ideia que resume a pessoa à
deficiência.
O que diz a Meta 4 do PNE sobre
tecnologias assistivas
“Manter e ampliar programas
suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para
garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio
da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da
disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia
assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis
e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas
habilidades ou superdotação;
[...]
Fomentar pesquisas voltadas
para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e
recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da
aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação”
O
documento deixa claro em suas metas o papel da Educação enquanto direito e um
meio essencial para que todos os outros direitos se concretizem. A escola detém
um papel essencial de fomentar espaços e proporcionar inclusão, convivendo com
todas as diversidades e propiciando também trabalhos pedagógicos que tratem da
Educação inclusiva. Esta, porém, não é uma tarefa fácil.
Sabemos que o tema ainda é muito delicado por conter diversas fragilidades,
como salas com muitos alunos, ausência de funcionários e falta de formação
docente específica voltada para inclusão. Há necessidades que interferem de
maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude
educativa específica da escola, como utilização de recursos e apoio
especializado para garantir a aprendizagem de todos. E é dentro deste cenário o
que é a tecnologia assistiva pode contribuir para auxiliar a atuação do
professor dentro da sala de aula.
O que é a tecnologia assistiva
É uma área do conhecimento
interdisciplinar que engloba recursos, metodologias, estratégias, práticas e
serviços com objetivo de ampliar a participação de pessoas com deficiência,
mobilidade reduzida. Ela visa garantir autonomia, independência, qualidade de
vida e inclusão social da população com deficiência.
Abordaremos
aqui alguns caminhos que podem ser seguidos para uma transformação na Educação
e acolhimento da diversidade.
Recursos: por onde começar
Atualmente
há uma série de programas que facilitam a inclusão de alunos com deficiência,
entre eles podemos citar programas gratuitos, como o Teclado
virtual, que pode ser utilizado na tela do computador com auxílio de
uma caneta especial para estudantes com mobilidade reduzida. Já o Head mouse é um programa desenvolvido para
permitir que pessoa que não tem os movimentos dos braços possa usar o
computador e navegar pela internet sem ajuda de outras pessoas, sendo acionado
com um movimento e um piscar de olhos.
É
importante que o professor utilize os programas e verifique qual recurso
potencializa a aprendizagem do estudante. No caso, tenho alunos com síndrome
down que se sentem confortáveis e gostam do DOSVOX.
5 caminhos para incluir de verdade
1)
Promover diálogos: abrir espaços para que alunos,
familiares, professores, funcionários e toda a comunidade possam conversar
sobre a diversidade, valorizando convívio, interação, cooperação e respeito
mútuo.
2)
Formação docente: é necessário o fortalecimento
de formação dos professores, buscando criar uma rede de apoio entre Educação e
saúde para aprimorar os conhecimentos docentes, flexibilização de material e
intervenções com os alunos.
3)
Projeto pedagógico inclusivo: a inclusão deve garantir
a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de possibilidades
de desenvolvimento. Algumas são passíveis de ocorrer pelo Conselho de Escola e
Associação de Pais e Mestres (APM), como mudanças na reestruturação física das
escolas para eliminação das barreiras arquitetônicas e criação de espaço
acolhedores de aprendizagem.
4)
Flexibilização do currículo: é preciso também
flexibilizar o currículo e o planejamento de cada professor, adaptando às
necessidades e realidade de cada estudante. Sabemos que não é uma tarefa fácil,
principalmente quando faltam recursos, mas é um passo essencial na construção
de aprendizagem destes alunos. Levar para sala de aula artigos, vídeos, textos,
músicas que abordem as experiências e aprendizagens em inclusão, como debates
sobre culturas, povos, raças e as diferentes necessidades.
5)
Ações de pertencimento: muitos objetos podem ser criados dentro
da sala de aula como engrossadores, avental de comunicação, apontadores
especiais, pelos estudantes, aumentando o vínculo e diminuindo distâncias. Isso
pode aproximar os alunos e fazê-los se sentir mais pertencentes.
A Educação inclusiva é um caminho para contemplar a diversidade mediante a
construção de uma escola que ofereça uma proposta e que atenda as reais
necessidades de cada um, criando espaços de convivência. São muitos os desafios
a serem enfrentados, mas, as iniciativas e as alternativas realizadas pelos
professores são fundamentais a este processo.
Débora
Garofalo
Professora
da rede Municipal de Ensino de São Paulo, Formada em Letras e Pedagogia,
Mestranda em Educação pela PUCSP, colunista de Tecnologias para o site da NOVA
ESCOLA
Fonte: Nova Escola
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