Hospital de Amor em Barretos, SP, passa a fabricar próteses para pacientes amputados por causa do câncer
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Hospital de Amor em
Barretos passa a fabricar próteses para amputados após câncer
A estudante Tarciana Alencar recebeu uma prótese após ter a perna amputada por causa do câncer — Foto: Antônio Luiz/EPTV |
Há três anos, a
estudante de odontologia Tarciana Alencar superou um câncer ósseo na perna. Por
causa da gravidade da doença, a jovem precisou amputar o membro, mas uma
prótese devolveu a ela os movimentos que achou que perderia. O tratamento e a
aplicação foram feitos no Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Natural do Acre,
Tarciana conseguiu fazer toda a reabilitação no interior de São Paulo. Agora,
outros pacientes terão a mesma oportunidade, já que o hospital passou a contar
com uma oficina própria para produzir as próteses dos pacientes atendidos.
“Sou feliz. O centro
aqui no hospital vai ajudar muitas pessoas. Poucos hospitais oferecem a
reabilitação e a prótese após o tratamento”, diz a jovem.
Preocupação com a
reabilitação
Em média, um paciente é
amputado por semana no hospital, por causa de tumores em estados avançados.
Segundo o médico radio-oncologista Daniel Marconi, a maior parte dos casos
envolve crianças em tratamento contra o sarcoma, tumor maligno que atinge os
ossos.
Como a unidade de saúde
atende pacientes de diferentes regiões do país, muitos voltam curados às suas
cidades de origem, mas nem sempre conseguem uma reabilitação adequada. Muitas
vezes, os processos envolvem filas e a qualidade das próteses entregues pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) é inferior.
Marconi também é
deficiente. Com a ajuda dele, o hospital desenvolveu um projeto de oficina para
tentar viabilizar a produção dos equipamentos na própria unidade e, em 2018,
foi contemplado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência (PRONAS/PCD). As instalações foram inauguradas em
agosto.
“A ideia é que as
pessoas que vão pagar seus impostos no final do ano, elas peguem 1% desse
dinheiro, que seria destinado ao governo, e possam destinar a uma instituição
filantrópica que apresente um projeto como o que nós apresentamos. Esse projeto
só foi possível graças à contribuição de várias pessoas e empresas que
acreditaram nele”, explica o médico.
Pioneirismo
Com isso, Barretos passa
a ter o único hospital oncológico do Brasil com um núcleo específico dedicado à
produção de próteses.
“Se a gente for esperar
todo o tratamento oncológico acabar para devolvê-lo para a cidade, para ela
entrar numa fila que demora meses ou anos, esse paciente muitas vezes vai
perder qualidade de vida. Quando a gente dá uma prótese para o paciente,
devolvemos o sonho para ele, a possibilidade de voltar a viver.”
Um modelo demora, em
média, três semanas para ser produzido. O processo para adaptação ao paciente,
com consultas e ajustes, leva mais de um mês.
“Se a gente for depender
apenas do que o SUS provê, a gente nem sempre vai dar aquilo que o paciente
precisa. Alguns chegam a morar em Barretos por muito tempo. Com a fábrica aqui,
a gente consegue fazer os ajustes necessários e o paciente sai no mesmo dia com
o equipamento.”
Economia e qualidade
A produção própria vai
proporcionar economia ao hospital. O preço de uma prótese varia de R$ 5 mil a
R$ 10 mil, mas, segundo o médico, os custos devem cair.
“Estamos com um
equipamento alemão, de qualidade elevada. É mais caro, obviamente, do que o
reembolso que é fornecido, mas o hospital consegue fornecer uma qualidade sem
igual aos pacientes. O valor deve cair para um terço dos custos com a produção
interna.”
A ideia, segundo
Marconi, é que atendida a demanda interna, o hospital possa ajudar outras
instituições.
A oficina ortopédica
também está habilitada para a produção e manutenção de acessórios de locomoção
como cadeiras de rodas, muletas, andadores e cadeiras para banhos.
Oficina ortopédica no Hospital de Amor vai ajudar pacientes amputados em Barretos, SP — Foto: Antônio Luiz/EPTV |
Laura
superou um câncer ósseo e ganhou uma prótese após ter a perna amputada — Foto:
Antônio Luiz/EPTV
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Fonte: G1
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