Como superar os desafios psicológicos pós amputação
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A
amputação de um membro, seja ela em que circunstância for, modifica de forma
significativa a vida de uma pessoa, exigindo que esta busque estratégias até
então inimagináveis para o enfrentamento da nova realidade. A perda de um
membro é percebida inicialmente como um pouco da perda da própria identidade,
em que exigirá do indivíduo o máximo de sua capacidade psíquica, a qual passará
por diversas etapas, incluindo inicialmente a modificação da qualidade de vida
e até mesmo o luto, que nada mais é que o processo necessário para a elaboração
saudável desta perda.
Deixando
de lado os fatores que culminaram na amputação, é importante discutir e pensar
em como partir para o desafio da própria superação, aí entra a estrutura
psíquica de cada um, sendo ela definitiva na forma do caminho a ser
reconstruído. Independente de como é esta estrutura, existirá sempre a
capacidade de adaptação, porém, cada um trilhará por caminhos diferentes, isso
ocorre por que cada indivíduo percebe-se de maneira autônoma em relação ao seu
meio, pensando na coletividade, somente nos aspectos os quais o identificam.
Assim como para alguns a amputação é motivo de vergonha, isolamento, receios e
até mesmo auto discriminação, para outros é motivo de oportunidades e superação
diante da própria vida.
Um dos
aspectos mais importantes no processo pós amputação, é a reinserção deste
indivíduo em sua rotina anterior, incluindo a vida social e profissional.
Logicamente, cada pessoa tem o seu tempo de elaboração diante de tantos
desafios a frente, contudo, a busca do enfrentamento das situações impulsionam
de forma positiva a volta, mesmo que aos poucos, da sua rotina de vida. Esta é
uma estratégia de suma importância para o sucesso da reabilitação psíquica, o
enfrentamento visando a desmitificação de crenças incapacitantes. As relações
sociais surgem através de interações com o outro, permitindo uma troca de
valores e ideias que acrescentam no desenvolvimento individual, a forma de
reconstrução da própria identidade como amputado, pode estar na capacidade de permitir
essas relações, as quais são fundamentais para o exercício e busca de uma vida
social normal.
Em relação
aos aspectos profissionais, em alguns casos, a atividade antes exercida, não
mais fará parte de sua realidade, porém, é possível buscar alternativas ou
adaptações às suas atividades, ou até mesmo, buscar novas formas de realização
profissional. O importante é dentro do possível não tomar para si o estigma de
incapaz para o trabalho, mas sim, de ser capaz de proporcionar novas
descobertas, ainda que saibamos de todas as dificuldades em nosso país e
realidades que as estatísticas apresentam sobre as dificuldades que pessoas com
deficiência enfrentam, seja ela inata ou adquirida. Ainda no mesmo contexto, é
importante salientar o quanto o trabalho dignifica o homem, sendo assim, seja
em que circunstância for, a busca desta conquista precisa ser entendida por
empregadores e governos como constante necessidade, e que a qualidade e
capacidade para tal, muitas vezes, independe de sua condição física.
Por fim, e
de maneira geral, a vida social e trabalho se fundem em prol ao pleno
desenvolvimento do indivíduo, sendo fundamentais, neste caso, no âmbito da
reabilitação psíquica da pessoa amputada. O apoio da família, dos amigos e
acima de tudo a busca de suas próprias capacidades, serão sempre bem-vindas
como apoio ao enfrentamento, contudo, nem sempre estaremos preparados para
realidades tão desafiadoras, assim, a psicoterapia surge como instrumento que
possibilita ao paciente importantes resultados na adaptação da nova realidade e
resgates que visam o ressurgimento de suas plenas condições psíquicas.
Fonte: Portal PcD Online
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