Como inovações digitais têm melhorado a rotina de pessoas com deficiência
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Tendência
é que tenhamos linhas próprias de computadores e sistemas operacionais
produzidos para aqueles que convivem com algum tipo deficiência.
Pensar em
um futuro melhor, ampliando horizontes, é pensar sobre acessibilidade. E por
que digo isso? Porque não faz sentido refletir sobre o que vem pela frente,
ainda mais no que tange às tecnologias, se não houver preocupação sólida em
abraçar todos os tipos de pessoas, sobretudo aquelas com necessidades
especiais.
Justamente
por isso é que acho estimulante demais acompanhar os esforços e inovações em
prol desse grupo. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, já reforça a
obrigatoriedade de seguir diretrizes de acessibilidade digital, garantindo
acesso completo às informações, conforme as melhores práticas e diretrizes de
acessibilidade adotadas internacionalmente. Mas é preciso caminhar além da
obrigatoriedade e em outras direções.
Felizmente,
nos próximos anos, a tendência é que já tenhamos linhas próprias de
computadores e sistemas operacionais produzidos para quem tem algum tipo deficiência.
E não só isso. Itens como os mouses oculares, por exemplo, que usam os músculos
do globo ocular para controlar o cursor do mouse – voltados principalmente para
quem é tetraplégico –, já são realidade e sinalizam um cenário otimista. Cito
aqui outras práticas positivas que merecem destaque, caso de aplicativos que
mapeiam prédios, bares e restaurantes acessíveis para cadeirantes ou softwares
desenvolvidos para a educação de pessoas com síndrome de Down e
Autismo.
Curiosamente,
o mais fascinante nessa questão é que grande parte dessas soluções são de
empresas e entidades brasileiras, cujos profissionais engajados têm expertise
suficiente para colocar em prática ideias que muitos consideram impossíveis.
Isso mostra, acima de tudo, como é urgente valorizar o capital intelectual do
nosso país. Já imaginou se houvesse ainda mais estímulo para produção de
tecnologias nacionais de acessibilidade?
Som visual
- Para portadores de deficiência auditiva, é oportuno frisar que inúmeros sites
já contam com ferramentas avançadas e, claro, de custos elevados. Elas
transformam textos, imagens e arquivos de vídeo em sinais de LIBRAS, auxiliando
quem não entende bem a língua portuguesa (ou é analfabeto) e tornando simples a
interação com os conteúdos da web.
Um novo
olhar - Já para os portadores de deficiência visual as inovações focadas no uso
do computador ou na leitura de livros, como softwares que transformam em áudio
conteúdos em texto e até hardwares, como o display Braille, que apresenta informações
exibidas nas tela dos dispositivos nessa linguagem, são alguns dos exemplos –
exemplos caros, vale ressaltar.
Braille
portátil - A propósito, o sistema Braille, que permitiu que as pessoas
portadoras de deficiência visual pudessem explorar um universo totalmente novo,
sentindo a leitura com os dedos, agora alia-se à tecnologia para proporcionar
novas oportunidade para este público. Isso porque em breve os livros digitais
poderão usar esse sistema de linguagem para cegos, representando um marco e tanto
na acessibilidade. Já pensou em transportar uma biblioteca inteira de livros em
uma estrutura leve e acessível na linguagem Braille e tudo isso por um preço
baixo, ao contrário do que vemos hoje? Não seria interessante?
*Camilo
Stefanelli é CEO da Compaq Brasil
Fonte: Idgnow
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