Funcionários unidos para ampliar a inclusão
Compartilhe
Protagonismo das pessoas
com deficiência nas empresas amplia o conhecimento sobre a diversidade. Comitês
internos ganham espaço e promovem mudanças essenciais para evolução do ambiente
de trabalho. Busca por talentos começa a vencer a centralização nas cotas, mas
qualificação ainda é um desafio.
IMAGEM 01: Protagonismo
das pessoas com deficiência nas empresas amplia o conhecimento sobre a
diversidade. Comitês internos ganham espaço e promovem mudanças essenciais para
evolução do ambiente de trabalho. Busca por talentos começa a vencer a
centralização nas cotas, mas qualificação ainda é um desafio. DESCRIÇÃO #PRACEGOVER: Leandro
Espada Toscano é analista de serviços administrativos. Ele está sentado à mesa
de trabalho, de frente para um computador, com a mão direita sobre o mouse e a
esquerda apoiada ao lado esquerdo do teclado. Tem cabelos curtos e escuros,
barba escura, veste óculos de aros pretos e quadrados, camisa polo de cor azul
marinho, olha para a câmera e sorri. Crédito da
foto: Divulgação / BD Brasil
O preconceito é inimigo
da evolução em qualquer circunstância, seja no debate político, no combate à
discriminação racial, no entendimento sobre identificação de gênero, na criação
de oportunidades iguais para pessoas em diferentes níveis sociais e na inclusão
de cidadãos com deficiência.
De olho no aprimoramento
do ambiente de trabalho, na imagem construída perante seus colaboradores, na
mensagem que pretendem enviar aos clientes, corporações atualizadas e
administradas com inteligência constataram que a diversidade agrega valor e
traz diferencial competitivo.
Neste ambiente de
múltiplas identificações, no qual a presença de trabalhadores com deficiência
ajuda a destruir barreiras e a eliminar o viés inconsciente, ganham cada vez
mais espaço os comitês formados por funcionários voluntários, que atuam como
propagadores de conhecimento, fortalecendo o protagonismo das pessoas com
deficiência.
É o caso do grupo
formado na BD Brasil,
empresa de tecnologia médica que tem 1.700 funcionários no País, mais de 70 com
deficiência, espalhados em duas fábricas (Curitiba/PR e Juiz de Fora/MG), dois
centros de distribuição e um escritório na cidade de São Paulo.
“Nosso comitê começou
com seis funcionários e hoje tem 50”, explica Stella Fornazari, diretora de
recursos humanos e comunicação. “A evolução desse processo tem base no suporte
aos gestores, que atuaram na conscientização das equipes. A participação da
presidência e da altas lideranças foi essencial. Respeito mútuo é valor
fundamental na empresa”, diz a executiva.
A diretora afirma que a
inclusão imposta, com a cultura do ‘chefe mandou’, não tem mais espaço.
“Estamos no começo de uma jornada e temos um caminho a percorrer para
selecionar e atrair mais talentos”, comenta.
Um dos resultados da
filosofia de inclusão praticada pela companhia é a presença de pessoas com
deficiência em cargos de liderança, que conquistaram promoções, e a contratação
de profissionais com deficiência para diretamente funções de comando.
“É fato que ainda há
dificuldades para encontrar profissionais com deficiência qualificados, mas é
errado afirmar que todos têm baixa capacitação”, ressalta Stella Fornazari.
O #blogVencerLimites
entrevistou três profissionais com deficiência que trabalham na BD Brasil.
Joeli Ribeiro da Mota (analista de RH), Diogo Ruic de Carvalho (gerente de
comunicação e de gestão de mudanças) e Leandro Espada Toscano (analista de
serviços administrativos). Os três atuam na empresa há aproximadamente cinco
anos e todos conquistaram promoções nesse período.
#blogVencerLimites –
Qual a sua opinião sobre o acesso de pessoas com deficiência ao trabalho?
Joeli Ribeiro da Mota – Está
aumentando dia a dia. As leis ajudam. Mitas empresas estão contratando pessoas
com deficiência não apenas como número, mas como um profissional.
Diogo Ruic de Carvalho – O
desafio é gerar oportunidades iguais, para que todos tenham chance de mostrar
competência, além do desafio físico que enfrentam e do preconceito que sofrem.
As leis ajudam as pessoas com deficiência a encontrarem oportunidades, e as
empresas e a sociedade a criarem empatia com a causa.
Leandro Espada Toscano – Esse
acesso vem aumentando.
#blogVencerLimites –
Quais são, na sua opinião, as melhores práticas para inclusão de pessoas com
deficiência em uma empresa? O que realmente precisa ser feito? O que deve ser
destacartado?
Joeli Ribeiro da Mota – A
melhor prática é contratar um profissional com deficiência por sua capacidade.
Outra forma é abrir recrutamento interno e incentivar pessoas com deficiência a
concorrerem nesse processo.
Diogo Ruic de Carvalho – Algumas
iniciativas são norteadoras de melhores práticas neste sentido, como a
preocupação em gerar oportunidades para além do cumprimento de cotas,
enxergando na diferença primeiro um individuo e, em segundo, um diferencial
competitivo. Um cadeirante não enfrenta o mundo da mesma maneira que alguém que
caminha e suas soluções também são diferentes. Pensamentos diferentes agregam
ao negócio. Assim, as melhores práticas são aquelas que envolvem toda a
empresa, começando pela liderança da organização sobre a relevância da causa.
Depois, não podemos esquecer que algumas necessidades requerem preparação, como
acessibilidade e engajamento interno.
Leandro Espada Toscano – É
preciso desvincular ‘deficiência’ de ‘acessibilidade’, além de centralizar
atenção nas qualificações e experiências profissionais das pessoas com
deficiência. Acessibilidade não é exclusividade da pessoa com deficiência, é
feita para todos.
#blogVencerLimites –
Você concorda com o argumento de que pessoas com deficiência, de maneira geral,
têm baixa capacitação? Essa informação é antiga e ultrapassada ou ainda
representa a realidade?
Joeli Ribeiro da Mota – De
maneira geral sim, acredito que muitas pessoas com deficiência não buscam
capacitação por preconceito consigo mesmo, sabem que geralmente as vagas
destinadas para cota não exigem muita capacitação.
Diogo Ruic de Carvalho – Essa
percepção se deve ao fato de que pessoas de baixa capacitação, por falta de
renda, são as que mais utilizam ou estão suscetíveis ao cálculo ‘cotas X
oportunidades’. Se transforma em diferencial para posições com muitos
concorrentes de níveis semelhantes de conhecimento. Os motivos de uma pessoa
ter deficiência são variados, sem relação com renda ou capacitação.
Leandro Espada Toscano – Cada
vez mais, empresas exigem melhor qualificação das pessoas com deficiência. E os
profissionais com deficiência perceberam que a concorrência entre eles
aumentou, por isso buscaram se preparar melhor.
Fonte: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu Comentário é muito importante para nós.