Uma parceria pela cidadania - STJ e APAE
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Funcionários com Síndrome de Down |
A parceria
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) já tem mais de dois anos. A iniciativa é uma ação do Programa
Semear Inclusão e busca inserir as pessoas com Síndrome de Down no
Tribunal.
Com o
objetivo de atender as necessidades de serviço, o STJ firmou o contrato com a
APAE em setembro de 2015. Para isso, foram selecionadas pessoas com perfil e
características específicas como precisão, foco, determinação, perseverança e
sensibilidade.
APAE
identificou os perfis mais adequados para prestar serviços no Tribunal e foram
contratados 11 colaboradores. Do total, oito trabalham na Coordenadoria de
Gestão Documental (CGED/SED) na higienização dos acervos e três trabalham em
serviços administrativos em Gabinetes de Ministros, com uma jornada de quatro
horas de trabalho por dia.
A voz
de quem trabalha
Jorge Eli
Abreu, de 38 anos, faz parte da equipe do gabinete do ministro Marco Aurélio
Bellizze e trabalha desde 2015 no Tribunal. “Vou ao banco, faço a distribuição
dos processos dentro do gabinete e desempenho o que me pedirem”, detalha o
colaborador com alegria.
A
colaboradora Marianna Pagy, bi campeã mundial de ginástica paralímpica,
trabalha na higienização dos livros e ressalta as mudanças que ocorreram em sua
vida. “Quando estamos aqui, o nosso comportamento muda, é um trabalho muito
bom. Quando entrei no STJ eu pensei, como vai ser meu trabalho? Eu mudei meu
comportamento, aumentei minha autoestima, pois eu queria fazer o certo e
evoluir ao máximo”, afirma Marianna.
Paula
Carvalho, a Paulinha, de 29 anos, trabalha no Tribunal há cinco anos e é a mais
nova na turma de higienização. Ela pretende fazer faculdade de Pedagogia e se
casar com o Fernando, seu noivo, que trabalha na mesma unidade.
Fernando
Tocantins entrou no Tribunal em 2009 e já prestou serviço no gabinete do
ministro Francisco Falcão. “Eu jogo bola, sou faixa roxa de jiu jitsu e luto
muay thai”, afirma o colaborador, com ar descontraído.
Preparação
profissional
Os
colaboradores selecionados pela APAE/DF passaram por um treinamento na
biblioteca da Universidade de Brasília (Unb) , por um período de dois a três
anos. Essa preparação para o mercado de trabalho foi bem aproveitada pelo
Tribunal.
Além
disso, no momento em que os colaboradores são convocados para atuar na Casa,
eles também recebem uma capacitação técnica complementar oferecida pela
APAE para se adequar as técnicas de higienização das obras da Biblioteca
Ministro Oscar Saraiva. O serviço realizado é relevante pois os livros sofrem
alterações provocadas por agentes como micro-organismos, insetos, poeira
e por conta do manuseio inadequado.
Inclusão
no Judiciário
Atualmente,
o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STJ
têm a inclusão de colaboradores com Síndrome de Down em seus quadros. A Lei
8.213/1991, que dispõe sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado
de trabalho, serviu de base para as principais iniciativas nesse sentido.
Desde
a publicação da Resolução n. 230 de 22 de junho de 2016, do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), o Poder Judiciário tem feito esforços para adequar suas
atividades às determinações exaradas pela Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e pela Lei Brasileira de Inclusão.
O Programa
Semear Inclusão do STJ atua nessa frente para combater o preconceito social
e promover a inclusão e cidadania das pessoas com deficiência. Além disso, o
programa busca desenvolver a sensibilização dos servidores para construir uma
cultura inclusiva dentro e fora do Tribunal.
Fonte: Intranet STJ
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