Implante minúsculo pode devolver movimentos a paraplégicos
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Implante que pode devolver movimentos a pacientes (Reprodução/Bloomberg) |
Imagine um implante cerebral do
tamanho de um palito de fósforo que pudesse contornar medulas espinhais
danificadas e ajudar pessoas com paralisia a recuperarem a mobilidade —
com seus próprios pensamentos.
A tecnologia futurista, que usa um
dispositivo minúsculo contendo um emaranhado de eletrodos, demonstrou que
consegue registrar atividades neurais em ovelhas.
O próximo passo será testá-lo em
cinco voluntários, possivelmente já a partir de setembro de 2018, segundo Nick
Opie, engenheiro biomédico da Universidade de Melbourne e diretor-técnico do
projeto australiano.
O stentrode, como o aparelho é
chamado, está projetado para transmitir os pensamentos com tecnologia wireless
a um dispositivo robótico externo, como um exoesqueleto ou uma prótese, a fim
de permitir que o paciente controle o movimento e a locomoção com o cérebro. O
procedimento faz parte de um campo crescente da robótica destinado ao
aperfeiçoamento humano que, de acordo com uma projeção do McKinsey Global
Institute em 2013, poderia ajudar mais de 50 milhões de pessoas com mobilidade
reduzida no mundo desenvolvido e gerar até US$ 2 trilhões por ano em benefícios
econômicos até 2015.
“Nosso objetivo é devolver a
mobilidade, a independência e a comunicação a alguns desses homens e mulheres”,
disse Opie. “Estamos usando o dispositivo para extrair informações que já foram
geradas pelo cérebro e para contornar os nervos danificados.”
Tecnologia
O stentrode é feito de eletrodos em
um stent de malha expansível que é inserido em um vaso sanguíneo sobre o córtex
motor, a parte do cérebro que controla o movimento, por meio um cateter fino
inserido na virilha. Uma vez posicionado, o cateter é retirado, permitindo que
o stentrode se expanda contra a parede do vaso sanguíneo, criando um tubo de
arame oco com forma de charuto, que registra a atividade cerebral.
O procedimento de instalação é
praticamente idêntico ao utilizado pelos neurorradiologistas para remover
coágulos de vítimas de AVC e pode ser realizado em 30 a 40 minutos, disse Opie.
O stent, feito de uma liga de níquel e titânio, é flexível e muito elástico, o
que possibilita manobras através dos vasos sanguíneos sem cirurgias invasivas.
A Synchron, empresa criada por Opie e
seus colegas para desenvolver o stentrode, disse em abril que levantou 10
milhões de dólares australianos (US$ 7,6 milhões) para uma rodada de
financiamento série A.
Uma vez confirmado que o método é
seguro em humanos, a Synchron buscará inscrever cerca de 30 pessoas para um
teste global, possivelmente em 2019, disse Opie, acrescentando que é muito cedo
para estimar o preço do dispositivo.
Fonte: Exame
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