Pilates para Deficientes Físicos: Como tratar seus alunos
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Adaptação é a palavra-chave no Pilates para deficientes físicos. |
Ao
meu ver sempre devemos estimular sim, tentar sim. Mas o melhor muitas vezes é
investir no que o aluno consegue fazer e melhorar estas ações do que tentar
propor coisas difíceis e que ele não terá sucesso na execução.
Quando
falamos da deficiência física, falamos de pessoas que tem alguma limitação do
funcionamento do sistema físico-motor, esteja ele relacionado a déficit
cognitivo ou não.
Primeiramente,
a deficiência física não deve ser tratada com diferenças, mas deve ter os
cuidados necessários de acordo com as necessidades do aluno no Pilates para
deficientes físicos.
Método
Pilates para Deficientes Físicos
O
Pilates para deficientes físicos requer muito cuidado. Isso por que temos que
pensar no Método em si e de que forma adaptar às necessidades do
cliente/paciente/aluno, afinal ele vem em busca do Método Pilates.
É
um assunto muito amplo, e não existe “receita de bolo”. Cada ser é único, cada
déficit é único, e não existe estímulo nem exercício padrão quando se trata de
exercício associado a estímulos de outros.
Entramos
em um assunto extenso de patologias, detalhes, características, sintomas e cada
ser é único dentro dessa gama. Então aqui vamos abordar apenas alguns casos
mais presentes nos estúdios de Pilates.
Uma
recepção, tratamento e aula, baseados no bom senso e compreensão das
capacidades do aluno são muito importantes, visando que essa confiança nas
aulas e em todo o trabalho desenvolvido no decorrer do tempo será o que nos
trará o retorno dos objetivos iniciais.
Uma
anamnese bem feita, condutas, exercícios bem escolhidos baseados nos achados na
anamnese fazem com que o horário de aula seja otimizado trazendo os resultados.
Relembrando
que muitas vezes devemos focar no funcional, e trabalhar o que o aluno faz com
facilidade e não apenas as dificuldades.
Usar
movimentos funcionais associados aos exercícios, estímulos de palpação e toque
no Pilates para deficientes físicos.
Estímulos
visuais e exercícios que trabalham os movimentos funcionais do corpo e
equilíbrio,adaptando sempre que necessário os movimentos buscando a
normalidade.
Métodos
diferentes junto ao Pilates também ajudarão sempre.
Avaliação
Inicial e Avaliações Seguintes
Muitos
alunos pequenos ou adolescentes vem acompanhados de seus pais no Pilates para
deficientes físicos.
Estes
devem estar à par do trabalho que vem sendo realizado, dos acontecidos nas
aulas. E o instrutor também precisa saber como está este aluno fora do estúdio.
Interessante
passar exercícios de estímulo mental que possam ser feitos em casos que exista
a necessidade do aluno.
Deve
ser feita sempre após a avaliação inicial uma reavaliação de acordo com o tempo
que você achar necessário após a primeira para acompanhar se conseguiu
conquistar seus objetivos iniciais com este aluno ou não, e o que precisa
acrescentar e ou mudar na sua aula.
E
a reavaliação deve ser entregue aos responsáveis para acompanhamento.
No
caso dos adultos deve ser feito o mesmo, desde avaliação postural ao que for
necessário avaliar e reavaliar de acordo com a deficiência do aluno.
Assim
como um aluno sem deficiência, o aluno deficiente deve ser tratado como igual,
a aula mesmo que adaptada deve ser dada de forma natural, no Pilates para
deficientes físicos.
O
instrutor como profissional deve ver a necessidade da aula individual no
momento de avaliação deste aluno pois talvez ele necessite de alguma atenção
especial. Isso tudo dependendo da deficiência, e do cognitivo do aluno.
Estimular
de forma verbal, visual e motora sempre para tornar a aula o mais completa
possível é importante. Por isso a importância de uma boa anamnese.
Conversar,
acolher este aluno é essencial, isso já é feito com aluno sem deficiência, o
aluno com deficiência deve ser feito também e com um acolhimento maior caso
necessário.
Sabendo
que tal postura não deve ser adotada se necessário, pois o aluno com
deficiência deve ser sempre tratado como um aluno sem a mesma.
Vamos
falar de um exemplo como o aluno com paralisia cerebral, no Pilates para
deficientes físicos.
Pilates
na Encefalopatia Crônica da Infância ou Paralisia Cerebral
Falaremos
sobre o atendimento e o uso do Método na criança, no adolescente e no adulto.
Como
citado anteriormente, não existe receita de “bolo” cada ser é único,
principalmente se tratando de deficiências. O seu aluno/paciente/cliente
precisa passar por uma anamnese para identificar qual o tipo de paralisia, e
quais déficts deverão ser tratados dentro da aula de Pilates.
Como
não existe padrão para tais achados na anamnese por isso não entraremos a fundo
nos exercícios. E sim o que devemos enfatizar para depois podermos nos guiar em
quais serão os melhores exercícios.
Importante
enfatizar, reforço das musculaturas específicas que necessitam atenção, essas
encontradas na anamnese como:
* Alongamento
* Estabilidade Pélvica
* Estabilidade de Cintura Escapular e
Movimento da Mesma
* Melhorar a Marcha (Caminhada)
* Treino de Movimentos Funcionais
* Trabalhar as ações de Retificação,
Equilíbrio e Proteção
* E as Trocas de Decúbito
Exercícios
de Pilates para Encefalopatia Crônica ou Paralisia Cerebral
Não
estamos falando de idade ou de algum achado específico e sim de forma geral,
sempre retomando que tudo depende do encontrado na anamnese. Tais exemplos
poderão ser aplicados apenas se possível de acordo com a necessidade da pessoa.
Exercícios
como One Leg Circle para fortalecimento de membros inferiores, estabilização
pélvica, alongamento e centralização. Cuidado com pessoas que tem problemas de
subluxação ou outros de quadril. Lembrando que cada pessoa é uma e a anamnese
também.
Outro
exercício que é muito completo por ativar musculaturas de membros inferiores,
membros superiores, trabalhar respiração, melhorar o alinhamento da coluna,
reforça musculatura postural e trabalhar alongamento, é o exercício Spine
Stretch Forward, que é muito completo e muito bom principalmente para
escolioses que são muito presentes no PC.
Além
disso, pode-se ser usado estímulos que ajudam a melhorar o equilíbrio estático
e dinâmico.
São
exemplos exercícios de equilíbrio em pé com flexão de quadril e também com o
uso de acessórios que aumentam a instabilidade como a bola, bosu, disco
proprioceptivo associado a movimentos de isometria ou a algum movimento
específico, e também com o uso dos aparelhos.
O
exercício Saw (Serra) é muito indicado para alinhamento da coluna, alongamento
de cadeia posterior de membros inferiores e coluna, rotações, estabilizações e
ativações musculares de membros superiores,
inferiores e coluna.
Um
outro ótimo exercício é o quatro apoios, que tem como indicação estabilização
de cintura escapular, trabalhar descarga de peso e alinhamento, fortalecendo
musculaturas importantes que ajudarão na melhora do equilíbrio e da marcha,
como glúteos, fortalecimento de membros superiores e membros inferiores.
Assim
como reabilitação, o Método Pilates vem como promoção e prevenção da saúde,
abraçando todas as necessidades da pessoa com PC, desde a física como a mental.
Pelo
método usar estímulos mentais, torna o exercício mais completo assim ajudando
ainda mais em caso de pessoas com PC que precisam de estímulos de concentração
e controle.
Concluindo…
O
Método Pilates para deficientes físicos acaba sendo completo contemplando e
trazendo muitos benefícios as necessidades da pessoa com deficiência auxiliando
em todas as necessidades sendo ela física e ou mental.
Além
de melhorar talvez o mais importante que é a saúde como um todo, melhorando
assim a qualidade de vida.
É
muito importante que a pessoa sempre seja avaliada antes do início de suas
aulas para identificação de suas reais necessidades.
Para
aplicação de qualquer técnica, é necessário que o corpo e suas limitações sejam
respeitados fazendo um trabalho gradual.
E
para que ela obtenha um acompanhamento adequado é necessário um profissional
especializado e com formação em Pilates.
Fonte:
Blog Pilates
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