8º Concurso Moda Inclusiva tem vencedores do Mato Grosso do Sul e do Irã

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No último sábado, 15 de outubro, o Parque da Água Branca, que fica na Barra Funda, recebeu o Desfile do 8º Concurso Moda Inclusiva, realizado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. O vestuário inclusivo tem o objetivo de proporcionar mais autonomia para adultos e crianças com deficiência.

Ao centro a modelo em cadeira de rodas com o look vencedor; à extrema esquerda o modelo cadeirante, vencedor do segundo lugar e à direita a modelo do Irã, com o look vencedor.
O objetivo da competição é premiar as melhores propostas de vestimenta acessível para facilitar o dia a dia das pessoas com deficiência. O grande vencedor deste ano foi Eduardo Inácio Alves, de Mato Grosso do Sul, que ficou em primeiro e segundo lugar, com os dois looks que inscreveu. O terceiro lugar ficou com Ali Entezari, de Teerã no Irã.

As peças apresentam soluções práticas, como a substituição do fechamento das roupas com velcro, imã ou zíperes de fácil manipulação, confecção das etiquetas em braile, assim como bolsos em posições estratégicas e aberturas laterais e frontais.

O Secretário Adjunto da Secretaria, Cid Torquato, fez a abertura do evento e enfatizou a importância do diálogo sobre moda, assim como todos os outros temas importantes como transporte, saúde, educação. “A gente quer mais, esse concurso traz isso, a gente quer se vestir bem, a gente quer estar em uma cadeira de rodas super bacana para ir em qualquer lugar, para trabalhar, ir para a escola e é disso que a moda inclusiva fala”.

Modelo cega com seu cão guia desfila na passarela do Concurso Moda Inclusiva, obsevada pela plateia

Torquato também ressaltou que é necessário que haja um diálogo sobre o tema.  “As mensagens que vocês captarem aqui hoje, levem e transmitam aos seus familiares, para os seus amigos, essa mensagem de inclusão, de diversidade, para a sociedade ser verdadeiramente para todos”.

O Secretário convidou os presentes para que fossem “nossos embaixadores, nas suas casas, nos seus bairros, nas suas cidades, levar de fato o conceito de moda inclusiva para que a gente realmente construa uma sociedade de verdade, uma sociedade para todos”.

Daniela Auler, coordenadora do Concurso de Moda Inclusiva, falou sobre a proporção que o Concurso tomou, com o público ocupando todos os assentos e tantas pessoas em pé, prestigiando o evento. “Agradecemos a todos, porque é muito bom ver o quanto crescemos nestes oito anos de Concurso”.

Modelo com deficiência física brilha com look na passarela do Moda Inclusiva, observada pela plateia
Ela também lembrou o início do programa, em 2008. “O Cid (Torquato) tinha acabado de sofrer um acidente quando começamos a trabalhar na Secretaria; a gente foi aprendendo juntos, então tudo que eu sei, tudo que eu aprendi nesse processo eu tenho que agradecer ao Cid”. Ambos, por sua vez, agradeceram o apoio incondicional ao projeto, da Secretária de Estado, Dra. Linamara Rizzo Battistella, que estava ausente em virtude do falecimento de sua mãe, na véspera.

DESFILE DE MODA INCLUSIVA

No intervalo do desfile, foi apresentado um vídeo do projeto “Meu corpo é real”, de autoria de Michele Simões, que ressaltou em documentário a importância de se criar moda para todos, respeitando-se as diferenças, pois nem todos têm corpos inteiros e perfeitos, como mostram as passarelas convencionais.

“Pensando no direito que todas as pessoas têm em consumir, o projeto “Meu corpo é real” surgiu com o intuito de levar até a indústria informações menos superficiais e generalizadas sobre os corpos que a mesma insiste em não contemplar. Entre tantas histórias, o que realmente buscamos é mostrar que a diversidade dos corpos existe, e isso não deve ser visto de maneira negativa”, destaca Michele.    


Modelo vencedor e o estilista que criou o look desfilam na passarela do Concurso Moda Inclusiva
O look vencedor foi inovador. Eduardo Inácio Alves, formado em Moda, Comunicação e Mercado, trouxe uma jaqueta que conta com ilhós para acomodar fones de ouvido e painéis solares com sistema que possibilita dar carga em aparelhos portáteis. Além disso, todas as aberturas são em zíper com argolas nas laterais e bolso embutido com zíper. A camiseta oversized tem abertura de botões de pressões no ombro e cava alongada e calça com cinto interno. Esses recursos facilitam, no dia a dia, o vestir-se e despir-se das pessoas com deficiência.

Rosimar Alves da Gama, 36 anos, conheceu o Concurso Moda Inclusiva por meio de uma amiga. Ela é cadeirante e, das oito edições, essa é a sexta que prestigiou. “O mundo da moda é muito restrito, porque muitas pessoas acabam não pensando, não focando e não incluindo as pessoas com deficiência e quando surge essa oportunidade de ter moda inclusiva, na qual as pessoas e os estudantes de moda têm essa visão de construir peças que facilitam o dia a dia, que te deixe mais glamorosa, eu acho sensacional”, destacou.

“E nesse oitavo ano eu achei que teve um público maior e percebi que a cada ano está sendo diferente, as roupas estão sendo mais inovadoras e os alunos estão com visões mais amplas de pensar na facilidade, então acho isso incrível!”, acrescentou Rosimar. Ela frisou que indica o Concurso para todas as pessoas e que voltará para acompanhar nos próximos anos.

Ravelly Santana
Outra jovem, Ravelly Santana, 20 anos, estudante de jornalismo, teve a experiência de desfilar pela primeira vez no Moda Inclusiva. Ela tem amputação na perna e também participou do projeto “Meu corpo é real”, o curta apresentado durante o evento.
Ravelly demonstrou estar bastante feliz e emocionada por participar do desfile. “A sensação foi muito boa e estou sem palavras para descrever a emoção deste momento. A gente se sente incluso no mercado de novo, porque, de verdade, o mercado não enxerga a gente como consumidores e esses eventos faz com que nos sintamos muitos inclusos. O nome já diz tudo, realmente é moda inclusiva. Atingiu e superou minhas expectativas, porque nunca imaginei que teria tanta gente. Achei as roupas incríveis, uma mais linda do que a outra e a alegria dos modelos era contagiante, foi tudo ótimo”, enfatizou.

Enviaram trabalhos para a edição desse ano cerca de 250 estudantes de cursos técnicos, universitários, alunos de cursos livres e profissionais da área. O concurso também teve grande participação internacional; ao todo, oito países, além do Brasil, enviaram trabalhos para o Concurso: Argentina, Chile, Paraguai, Canadá, França, Índia, Irã e Japão. Irã foi classificado em terceiro lugar.

Os três colocados ganham 50, 80 e 150 metros de tecido da Vicunha Têxtil, respectivamente, além de estágio para o primeiro lugar; máquina de costura; software Audaces ideia, com treinamento (EAD), entre outros itens de parceiros e apoiadores.

Mais sobre Moda Inclusiva: http://modainclusiva.sedpcd.sp.gov.br/

Confira as fotos do Desfile do 8º Concurso Moda Inclusiva, realizado em 15 de outubro de 2016, em São Paulo: http://bit.ly/2e2f4hA


Fonte: Secretaria da Pessoa com Deficiência SP

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