Um em cada cinco para-atletas do Brasil sofreu acidente de automóvel

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Confira os infonográfico da Folha 

Praticamente um em cada cinco atletas da equipe brasileira que competirá nos Jogos Paraolímpicos do Rio tem deficiência causada por um problema crônico do Brasil: os acidentes de automóvel. 


Levantamento feito pela reportagem, com base em dados do CPB (Comitê Paralímpico do Brasil), aponta que ao menos 50 para-atletas da delegação brasileira foram vítimas de colisão de veículos ou atropelamentos. Eles representam 18% da delegação.


Foram levadas em conta informações de 282 do total de 287 para-atletas (com o veto à Rússia na Paraolimpíada, mais cinco brasileiros foram integrados ao grupo, e a reportagem não teve acesso aos dados desses que entraram por último).


O Brasil é um dos líderes mundiais em ocorrências e mortes nas ruas e estradas. Foram 43.075 mortes no trânsito do país em 2014, segundo informações preliminares do Datasus (Departamento de informática do Sistema Único de Saúde).


De acordo com o último relatório global da OMS (Organização Mundial de Saúde), com dados processados até 2013, o Brasil foi o quarto país das Américas com mais mortes em acidentes automobilísticos a cada 100 mil habitantes (23,4). Só fica atrás de Belize, República Dominicana e Venezuela.


O time paraolímpico brasileiro reflete assim a intensidade desses traumas no país.


A avaliação dos dados também evidencia problemas de outras tipos. Considerando os acidentes em geral, o percentual sobe para 35%.


Em pelo menos 12 casos, o equivalente a 4%, a razão da deficiência foi um acidente com arma de fogo.


Outros 37 (13%) se feriram em episódios que incluem ocorrências no trabalho, em casa ou em alguma atividade de lazer.


Do total de atletas da delegação brasileira na Paraolimpíada, 38% têm deficiência congênita ou a adquiriram após complicações no parto.


REABILITAÇÃO


A quantidade expressiva de atletas com deficiência no grupo por consequência de acidentes automobilísticos se explica muito por conta da frequência com que a prática esportiva integra a reabilitação das vítimas.


Os centros de recuperação no país costumam incluir o esporte em seus programas.


"Quem adquiriu a deficiência depois precisa se readaptar e redescobrir o corpo novo que tem", diz Elisabeth de Mattos, professora da Escola de Educação Física da USP.


De acordo com Paulo Guimarães, engenheiro e diretor técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, ainda não há, porém, um sistema padronizado de recuperação de acidentados no SUS.

Na saúde pública, segundo ele, o tratamento para as vítimas ainda costuma esbarrar na insuficiência de leitos hospitalares para emergência e de profissionais. 

Outra dificuldade é a reinserção social das pessoas com deficiência. Para Guimarães, o esporte pode "trazer acolhimento social e integrar a pessoa a outros grupos. Apesar de termos problemas, é algo que deve ser buscado". 

"A prática esportiva ajuda a autoestima e permite que a pessoa se torne produtiva e descubra novas potencialidades", afirma a professora. 


TOP 5
 

Independentemente da origem da deficiência, os brasileiros buscam feito histórico nos Jogos Paraolímpicos, que começam na quarta (7). 


A meta traçada pelo CPB é que a delegação termine a Paraolimpíada entre as cinco melhores da classificação geral, utilizando como critério o total de medalhas de ouro. 


Em Londres-2012, os brasileiros ficaram em sétimo, com 43 medalhas (21 ouros, 14 pratas e oito bronzes). 


Diferentemente do que acontece no universo olímpico, o país já é considerado uma potência paraolímpica.Com 287 para-atletas, o contingente nacional que competirá no Rio constitui recorde –em Londres, por exemplo, foram 189 atletas. 

Fonte: Folha de SP

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