Dinheiro público financiou apenas 1% do orçamento da Paraolimpíada, diz Rio-16
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LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
18/09/2016 13h30
Apenas 1% do orçamento da Paraolimpíada do Rio veio de
dinheiro público, informou, na manhã deste domingo, o diretor-geral da
Rio-2016, instituição que organiza os jogos, Sidney Levy.
O orçamento da Paraolimpíada foi de US$ 2,8 bilhões,
dos quais apenas US$ 28 milhões (ou 1%) foi de dinheiro público, disse. Se
convertido para o câmbio da última sexta, o valor foi de R$ 91,5 milhões.
"Nos comprometemos em fazer os Jogos sem nenhum
recurso público. Durante essa jornada, por alguns momentos de alegria e tensão,
precisamos assinar um convênio com a prefeitura do Rio, no qual teríamos acesso
a R$ 150 milhões. Desse valor, usamos R$ 30 milhões. Com a candidatura, nos
comprometemos a ajudar alguns comitês paralímpicos, mais pobres, a trazer os
seus atletas. Isso foi pago com esse dinheiro. Afirmo que no custo total dos
Jogos não passará de 1% de recursos públicos", disse.
De acordo com a Rio-2016, que organiza os jogos, o
valor compreende apenas a fatia de dinheiro aportado pela Prefeitura do Rio nos
jogos sem qualquer contrapartida.
O valor exclui patrocínios de R$ 65,5 milhões de
empresas estatais, como Petrobras e Caixa Loterias, que puderam expor suas
marcas durante a competição.
A Prefeitura do Rio assinou convênio de R$ 150 milhões
com o comitê para garantir algumas operações dos jogos que estavam pendentes.
O comitê organizador encontrou problemas financeiros no
início dos jogos em função das baixas vendas de ingressos e patrocínios
fechados aquém do montante necessário.
A Rio-2016 informou que apenas R$ 30 milhões do
dinheiro da prefeitura foi usado até agora, no pagamento das passagens aéreas
dos atletas e também dos cavalos do hipismo.
Ainda há R$ 120 milhões disponíveis. Na última coletiva
de imprensa da competição, Mario Andrada, diretor de comunicações da Rio-2106,
afirmou que ainda há gastos a serem feitos, que haverá os custos de
desmobilização, com a desmontagem de estruturas e demissão de funcionários.
Levy não descartou usar mais partes desse montante.
"A prefeitura do Rio assinou um documento que é público em que se
compromete a ceder até R$ 150 milhões. Isso é o fato."
O comitê não precisou usar até o momento todo o valor
colocado à disposição pela prefeitura.
As vendas de ingressos aceleraram com o aumento do
interesse pelas competições —foram vendidos
2,1 milhões de ingressos, fazendo dos jogos do Rio o de maior interesse da
história da Paraolimpíada, ficando a cidade atrás apenas de Londres— e quatro
patrocínios estatais foram fechados em cima da hora.
A Rio-2106 irá divulgar o balanço final de suas
finanças somente no início do ano que vem.
De acordo com nota publicada neste domingo pela coluna
do jornalista Ancelmo Gois, do jornal "O Globo", duas empresas
entraram na justiça solicitando o arresto de valores do comitê organizador por
temerem falta de pagamento em contratos.
Segundo a publicação, as empresas Euromedia, que faz as
fachadas e decoração de arenas, e Honav, que vende produtos licenciados,
declararam não terem recebido ainda o valor de seus contratos.
Segundo Mario Andrada, o comitê ainda não foi
notificado. Andrada afirmou que há, de fato, uma parte do pagamento a ser
feito, mas por responsabilidade das empresas que não teriam cumprido o
prometido.
A Honav não teria repassado uma parcela dos royalties e
valores referentes a licenciamento ao comitê. Já a Euromedia não teria
entregado os equipamentos prometidos.
BALANÇO
A entrevista coletiva também foi uma oportunidade de a
direção do comitê fazer um balanço dos jogos. A despeito da morte, no último
sábado (17), do ciclista
iraniano Bahman Golbarnezhad, o balanço feito pelo presidente da Rio-2016,
Carlos Artur Nuzman, foi positivo.
Ele disse que está aliviado com o fim das competições.
No mesmo dia, o presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, Philip Craven,
afirmou que os Jogos do Rio foram um sucesso.
"Sei que ontem foi um dia triste pelo falecimento
do ciclista iraniano. Já enviamos os nossos sentimentos à família e ao comitê
paralímpico do Irã. Quem está acostumado, sabendo a dimensão, de como é o
esporte no Brasil e no nosso continente, dá para avaliar que seguimos o caminho
do sucesso. Encerramos os Jogos de maneira feliz. Vou usar a palavra que usei
como dirigente campeão no vôlei: alívio", disse.
Fonte: Folha
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