A leveza de uma cadeira de rodas manual com a autonomia de uma motorizada

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Tecnologias permitem o usuário ter uma cadeira de rodas flex, e optar pelo uso manual, ou motorizado com um equipamento de fácil instalação


A ideia surgiu em 2009, quando Julio Oliveto cursava um mestrado em Engenharia Mecânica na Unesp. Ele resolveu levar adiante a ideia de transformar uma cadeira de rodas em triciclo motorizado. Assim, o que era um projeto acadêmico deu início à Startup Livre, criada por Oliveto em 2014, em São José dos Campos (SP).

A empresa produz kits que possibilitam acoplar um motor elétrico a qualquer tipo de cadeira de rodas. “Temos parceiros de fabricação, que realizam algumas etapas, mas nós montamos e customizamos de acordo com alguma necessidade”, conta. O produto já tem patente, é comercializado no Brasil e o empreendedor está em contato com outros países para atingir o mercado internacional.

O equipamento é vendido com o nome de Kit Livre. A instalação pode ser feita pelo próprio cadeirante, com auxílio de alguém. Se não for possível, a Startup Livre faz a instalação no local desejado.

Segundo Oliveto, o intuito é colaborar para o bem-estar do indivíduo. “Queríamos descaracterizar a cadeira de horas como um conceito hospitalar”, diz o empreendedor. A ideia era aproximá-la da ideia de lazer e de mobilidade no dia a dia, algo parecido com uma bicicleta, por exemplo. “Queremos proporcionar mais autoconfiança e trazer mais inclusão para as pessoas”, afirma.

O suporte pode ser instalado em qualquer modelo de cadeira de rodas. O design tem como benefício o fato de possibilitar aos usuários descer degraus de escadas e subir pequenos obstáculos, como guias de calçadas.

Desde quando cursou Engenharia Mecatrônica, Oliveto pensava em desenvolver algum produto com impacto social em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Depois continuou o projeto no mestrado e, após patentear a ideia, buscou empresas para fazer o equipamento. Como não obteve êxito na busca, decidiu ele mesmo, juntamente com seu irmão Lucio, criar uma empresa e tirar o projeto do papel.

A Startup Livre tem representantes comerciais em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro e, em curto prazo, planeja entrar em mercados internacionais. “Estamos em negociação nos Estados Unidos para desenvolver o Kit Livre para veteranos de guerra”, afirma Oliveto. O empreendedor diz que representantes em outros oito países, entre eles a Austrália, têm interesse em distribuir o equipamento.

A empresa faz cerca de 15 entregas por mês, mas esse número tende a subir caso alguma parceria internacional se concretize. Oliveto projeta uma faixa de 25 a 30 unidades por mês em 2016. “Para manter essa média, a gente quer faturar R$ 1,5 milhão, mas é uma estimativa baixa. Podemos fazer algo muito maior do que isso. Só dentro do Brasil tem 3,5 milhões de usuários de cadeira de rodas”, diz.

A expectativa de crescimento também se apoia no fato de que a Startup Livre foi vencedora no Concurso Acelera, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que oferece um programa de aceleração de negócios com mentoria.


Para ajudar ainda mais na inclusão dos usuários de cadeiras de rodas, a Startup Livre criou um esporte radical chamado Radicross. Com os triciclos motorizados, os praticantes podem realizar manobras como se estivessem numa bicicleta, já que a dirigibilidade é simples. O equipamento tem autonomia de 20 a 25 quilômetros e sua velocidade pode chegar a 20km/h.

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