Em Toronto, atletas paralímpicos querem mudar percepção sobre o esporte
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Revezamento 4x50m livre misto foi um dos
ouros do Brasil no domingo
Horas e horas de treino e dedicação em
busca de resultados, quebra de recordes e medalhas. Essa é a rotina dos atletas
paralímpicos, especialmente nos meses que antecedem grandes eventos esportivos,
como o Parapan de Toronto, iniciado na última sexta-feira (7). Exaltando esse
profissionalismo, os atletas que estão representando o Brasil no Canadá querem
mudar a percepção que grande parte da sociedade ainda tem em relação aos
esportes paralímpicos.
A atleta Rosinha dos Santos, da equipe
brasileira de atletismo, disse à TV Brasil “estar cansada” de ouvir o discurso
de que o esporte é “uma terapia de superação” para as pessoas com deficiência.
"As pessoas precisam enxergar que aqui
o atleta com deficiência não é um coitadinho. Aqui, não tem nenhum atleta
coitadinho, não. Ninguém aqui tá saindo de casa para conhecer pessoas e
superar. Aqui tem atleta de alto rendimento. Igual aos atletas convencionais. O
mesmo hino nacional que toca nas Olimpíadas, toca aqui. Todo o atleta com
deficiência ou não tem que se superar. Aqui não é só superação", criticou
Rosinha.
Para Daniel Dias, multicampeão na natação e
considerado o maior brasileiro paralímpico da história, as conquistas ajudam a
mudar essa visão. "Somos atletas e ponto final. Eu treino igual ou até
mais do que um atleta olímpico. O esporte tem o poder de mudar e vamos deixar
esse legado", afirmou.
E quem assiste aos treinos e provas
paralímpicas não têm dúvidas sobre o profissionalismo dos atletas. A diferença
para os jogos olímpicos ou pan-americanos fica por conta do nome das
competições. A origem do termo Parapan vem da junção de paraplegia e olimpíada.
Mas com a entrada de outros grupos de deficiência, nas últimas décadas, a
explicação mudou. O nome vem da preposição grega para que significa junto ou ao
lado. Ou seja, que acontece paralelo aos jogos olímpicos e, portanto, com a
mesma importância.
Para o presidente do Comitê Paralímpico
Brasileiro, Andrew Parsons, a mudança faz todo sentido. "Pelo desempenho,
pela performance, pela garra, acho que seria uma grande ideia e vamos sugerir,
quem sabe a moda pega, e a gente começa a chamá-los de superatletas que, de
fato, eles são”, disse Parsons.
"Deus me fez assim. Acredito que ele
tem um propósito para isso e eu fiz uma escolha. Ser feliz e ir em busca dos
meus sonhos, então eu escolhi sorrir", acrescentou Daniel Dias.
Depois de cinco dias de competição em
Toronto, o Brasil lidera o quadro de medalhas, com 65 ouros, 43 medalhas de
prata, e 46 de bronze. Em segundo lugar aparece o Canadá, seguido pelos Estados
Unidos.
Fonte: EBC
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