Uma cadeira de rodas em minha vida...

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Texto muito bem escrito por Faty Oliveira.

Lá está ela: quatro rodas de tamanhos diferentes e um assento. Se dedicar alguns minutos para refletir, perceberá a quantidade de pensamentos que podemos ter em relação a cadeira de rodas.

Algumas são simples, outras modernas e sofisticadas. Podem ser surradas pelo tempo ou história, mas podem impressionar pelo mais perfeito estado de conservação. Pra uns, uma das mais nobres invenções da humanidade, pra outros a sentença de um terrível mal.

Muita gente tem dificuldade de se adaptar a cadeira de rodas e isso independe de tempo de uso como muitos podem pensar. A resistência está muito mais relacionado ao quê o objeto representa do que sua necessidade de uso.

Levei longos anos e algumas sessões de terapia para lidar bem com minhas rodinhas. Hoje fizemos as pazes e nem me importo de dividir o espaço com ela nas diversas fotos que gosto de tirar ou aos lugares que pretendo visitar. Compreendi sua função e representação na minha história. Por isso, a vejo como a amiga que sempre foi.

Mas por que tivemos esse impasse? Aliás, quais são as razões de tantas pessoas não se adaptarem a essa nova realidade de vida?

A resposta está no dia a dia. Tudo converge para uma visão negativa ao mundo com deficiência. É a cidade sem acessibilidade, são as pessoas preconceituosas, é o mercado de trabalho que reduz as competências do profissional em função de suas especificidades físicas, é a mídia que pune aquele vilão da novela com um acidente que o tornará paraplégico, a família que super protege, os amigos que desaparecem porque ficou mais “complicado” de te chamar pra sair por causa dos lugares que frequentam já que a cidade não tem acessibilidade... E voltamos nesse looping de motivos que atormentam a mente do cadeirante seja ele novato ou veterano.

Dificuldades na vida todos temos, é claro! Mas quando seus problemas ocorrem devido o desembolar dos fatos ou, como alguns preferem, por causa do destino se torna compreensível e, talvez, mais fácil de lidar. Entretanto, quando observa essa terrível mão sobre si e aquela sufocante sensação de resígnio, aí meu camarada é (com o perdão da palavra) f#*& de lidar.

Os que se entregam a depressão, levam uma vida difícil e amarga se auto destruindo dia após dia por não pertencer aos padrões. Entretanto, a maioria busca um jeito de viver seja por coexistência pacífica (algo tipo “ok cadeira, não gosto de você, mas vou te tolerar) ou por amor total.

O que todos precisamos entender é que não importa como você se locomove, fala, vê ou escuta. O que nos define são nossas ações. É a maneira que lidamos com as pessoas e, principalmente, com quem somos. Entender isso te fará enxergar sua cadeira como uma aliada, algo fundamental para “ir e vir” aonde desejar.

Que tal começar a fazer as pazes hoje? Deixe sua cadeira com a sua cara. Cole uns adesivos, mude as rodas, faça algumas adaptações e mostre ao mundo a pessoa maravilhosa e “super chique” que pode ser. Se já fez isso, mande uma foto pra gente, será muito divertido compartilhar isso com os outros.

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