Instabilidade do dólar inibe o mercado de tecnologia assistiva no Brasil
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Com a desvalorização do real, recursos
voltados a pessoas com deficiência podem ficar até 100% mais caros
A supervalorização da moeda americana deve
afetar os preços dos produtos de tecnologia assistiva comercializados no Brasil
e pode pesar ainda mais no bolso dos brasileiros com deficiência. Como a
maioria dos recursos são fabricados no exterior, os preços podem ficar até 100%
mais caros, prejudicando a inclusão dessas pessoas em diversas áreas, como
educação, trabalho, cultura e saúde.
“Os artigos de tecnologia assistiva
vendidos no país já são extremamente caros devido à carga tributária. Com a
desvalorização do real, o acesso a esses equipamentos ficará ainda mais difícil
e levará a uma retração no setor”, comenta Robert Mortimer, especialista em
tecnologia assistiva da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à
Pessoa com Deficiência Visual. Isso porque as pessoas com deficiência, que já
estão com o poder de compra menor devido ao aumento das tarifas de água,
energia e combustíveis, terão que enfrentar altas significativas como a do
leitor de livros digitais que atualmente custa cerca de R$ 800,00 e pode chegar
a R$ 2,4 mil, e até nos itens de fabricação nacional, pois são utilizados insumos
importados.
De acordo com a ABRIDEF – Associação
Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas
com Deficiência, o mercado de tecnologia assistiva movimenta cerca de R$ 5
bilhões por ano no país e grande parte das empresas do setor importa os
equipamentos de diversos países da Europa e dos Estados Unidos.
Segundo dados do IBGE, existem mais de 45
milhões de pessoas com deficiência, sendo que 6,5 milhões são deficientes
visuais. “A instabilidade econômica afeta de forma direta os brasileiros com
deficiência que dependem de tais recursos para terem uma vida mais autônoma,
digna e com mais qualidade”, comenta Mortimer.
Atualmente, um dos poucos itens
comercializados no Brasil acessíveis e indispensáveis para as pessoas com
deficiência visual, por exemplo, é a máquina Braille, vendida pela Laramara por
R$ 2,5 mil e que também é distribuída gratuitamente, por meio de parceiras com
empresas privadas.
Fonte: Portal Nacional de Tecnologia
Assistiva e Pessoa com Deficiência
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