Infraero e Anac fazem teste para elaborar padrão de inspeção aos usuários de cães-guia
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O desafio de adotar procedimentos uniformes
em todos os aeroportos brasileiros está em equilibrar a segurança e a
facilitação do usuário
Um treinamento para a inspeção de
passageiros usuários de cães-guia foi realizado no laboratório da Infraero, no
Aeroporto de Brasília. A atividade organizada pela empresa pública serviu para
reunir subsídios para elaboração das regras de inspeção destes passageiros em
todos os aeroportos brasileiros, e contou com a presença de técnicos da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), que trata das
políticas de acessibilidade para as pessoas com deficiência, da Agência
Nacional da Aviação Civil (Anac) e de um treinador e um instrutor de cães-guia.
A inspeção é fase de revista, antes do
embarque, em que o passageiro passa pelo pórtico de raio x e, se necessário,
pela vistoria personalizada para a sua segurança e da comunidade
aeroportuária.
“No primeiro mandado da presidenta Dilma
Rousseff, iniciamos a formação de profissionais e o treinamento de cães-guia no
âmbito do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver
sem Limite. Então foi muito importante atender ao convite da Infraero para
aprimorar o atendimento das pessoas cegas que já utilizam e as que passarão a
utilizar os cães-guia nos aeroportos brasileiros”, afirmou o secretário
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José
Ferreira, da SDH/PR.
O superintendente de Segurança
Aeroportuária da Infraero, Álvaro Luiz Miranda Costa, destacou a realização da
Olimpíada e da Paraolimpíada, já no próximo ano, no Rio de Janeiro, quando está
prevista a chegada de milhares de atletas, muitos com deficiência visual e
usuários de cães-guia.
“Com a necessidade de regulamentar a
inspeção destes passageiros, a Infraero entendeu que este é o momento de
especificar uma regulamentação com maiores detalhes, envolvendo todos estas
instituições parceiras para que saia daqui do nosso laboratório os subsídios
para a elaboração deste procedimento”, explicou Miranda.
Padronizar respeitando as diferenças
Para o especialista em Regulação de Aviação
Civil da Anac, Luiz Fernando Pimenta, o desafio de adotar procedimentos
uniformes em todos os aeroportos brasileiros está em equilibrar a segurança e a
facilitação do usuário. “A ideia de desenvolver um regulamento é sempre de
facilitar a vida do passageiro e garantir a segurança da aviação, por isso
estamos ouvindo todas as áreas técnicas”.
O tipo de treinamento dos cães-guia,
oriundos de diferentes escolas e as peculiaridades da relação entre o usuário e
o animal devem ser levados em conta, segundo o instrutor de Cães-Guia do Corpo
de Bombeiros do Governo do Distrito Federal, Franklin Amorim. “Nossa orientação
é que tenhamos opções de procedimento e que seja feita uma abordagem ao
utilizador, perguntando qual deles é o mais adequado para a sua inspeção”,
explicou.
Política pública e aumento da demanda
O treinador de cães-guia, Leonardo Goulart
Nunes, é um dos cinco alunos do Centro Tecnológico Cães-Guia do Instituto
Federal Catarinense – Câmpus Camboriú, o primeiro de sete centros do governo
federal em funcionamento e que serão responsáveis pelo aumento do uso de
cães-guia em todo o Brasil e, consequentemente, nos aeroportos. Atualmente,
estima-se que existem cerca de 80 cães trabalhando no país. “É muito importante
o que fizemos hoje para que os usuários sejam tratados de acordo com os seus
direitos e com respeito aos animais”, afirmou Leonardo, que será o instrutor do
Centro Tecnológico Cães-Guia de Urutaí/GO.
Para o treinamento, Leonardo foi acompanhado
do cão Darwin, da raça Flat Coated Retriever, que está em fase de treinamento
em Camboriú junto a outros 19 cães. Os outros centros estão em construção nos
municípios de Alegre/ES, Limoeiro do Norte/CE, Manaus/AM, Muzambinho/MG, São
Cristóvão/SE e Urutaí/GO.
Fonte: Secretaria Nacional de Promoção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência
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