Aplicativo auxilia pessoas com deficiência visual a localizar lojas e restaurantes.
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Ferramenta apresenta na tela do smartphone um
mapa indicando que lojas estão nos arredores e verbaliza informações como o que
está na vitrina e quais são as promoções do dia.
Enquanto caminha sozinho pelo shopping, de
óculos escuros sobre os olhos agitados e bengala em uma das mãos, Guilherme
Lubian segue confiante, mas não tem como saber o que o cerca. Encontrar um
restaurante, uma loja de roupas, um supermercado é tarefa difícil para quem não
pode contar com a visão e, desacompanhado, precisa descobrir o caminho a seguir
em locais fechados. A cada passo, é preciso contar com a própria memória ou a
boa vontade de quem transita por ali.
Durante um curso voltado ao desenvolvimento
de aplicativos, Guilherme, que é formado em análise de sistemas, comentou
essa dificuldade com os colegas. Foi a deixa para o início de um projeto que
serviria como guia para pessoas com deficiência visual, um acompanhante sempre
à mão para contar o que há por perto – e como chegar ao local desejado. Ainda
falta investimento para que o protótipo esteja ao alcance de todos, mas há
motivação de sobra para disponibilizá-lo logo.
– A gente não consegue imaginar o
constrangimento de precisar sempre perguntar para alguém onde você está e como
chegar aonde quer ir. Tentamos ajudar quem é cego a superar – relata o
desenvolvedor mobile Douglas Ritter, 27 anos.
O LocateMe, criado no ano passado
por cinco colegas – Douglas e Guilherme entre eles – na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), apresenta na tela do smartphone um mapa
indicando que lojas estão nos arredores e verbaliza informações como o que está
na vitrina e quais são as promoções do dia. É um sopro de autonomia para quem,
apesar das necessidades especiais, também quer passear sozinho e raramente
encontra nos shopping, por exemplo, um ambiente amigável.
– Se tiver que me localizar sozinho, não vou
conseguir. Essa plataforma me permite ter um nível de interação parecido com o
de qualquer outra pessoa. A ideia é que eu tenha, na ponta dos dedos, os meus
olhos – declara Guilherme, que também presta consultoria em soluções para
pessoas com deficiência visual.
Para Douglas, uma proposta – que exigiria de
cada loja a manutenção de um dispositivo que tornasse o aplicativo atualizado –
é mais prática e barata do que outras, como o piso tátil, e envolve menos
trabalho logístico. Enquanto se foca em encontrar novos rumos e provar os
benefícios da plataforma, o desafio é se colocar no lugar dos futuros usuários.
– Não sei vocês, mas eu sempre imagino como
seria caminhar aqui (no shopping) se eu não tivesse visão. É desesperador.
Fonte: Zero
Hora