Turismo acessível: estudo revela oportunidades de melhoria
Compartilhe
Há carência no aspecto quantitativo, como também de
informações que possuam veracidade em relação à acessibilidade do
estabelecimento
O recente Estudo que revelou o comportamento de
consumo e lazer de pessoas com deficiência trouxe valiosas
contribuições para o trade turístico brasileiro. Dessas contribuições, duas se
destacam por apontar elevada oportunidade de melhoria no que tange os
estabelecimentos privados. São elas:
- A
carência de comunicação e informações específicas; e
- O
despreparo estrutural para receber e atender.
Carência de comunicação e informações específicas
A grande maioria dos pesquisados pontua a escassez de
informações específicas. Entre elas estão a existência de quartos e banheiros
adaptados em hotéis ou a de banheiros e dimensões espaciais para circulação em
restaurantes; além da disponibilidade de cardápios em braile para surdos e
intérpretes para comunicação em libras para mudos.
Além da escassez de informações, há também uma questão
muito importante considerada pelo documento que analisa o estudo: nem sempre as
informações disponibilizadas estão em sintonia com a realidade que será
encontrada pela pessoa com deficiência. Ou seja, há carência no aspecto
quantitativo, como também de informações que possuam veracidade – o que impacta
na credibilidade do estabelecimento.
De acordo com o estudo, as informações chegam até as
pessoas com deficiência, principalmente, através da internet, que possui um
papel primordial no planejamento das viagens, assim como também através dos
amigos que já conhecem o local e conseguem informar sobre outros detalhes.
A ligação telefônica também é utilizada para estabelecer
contato com hotéis, empresas rodoviárias e aéreas, estabelecimentos comerciais
e pontos culturais e turísticos. Existem também outros canais, mas eles foram
pouco citados, são eles: revistas de turismo, livros de viagens, anúncios na TV
e no rádio, matérias divulgadas nos jornais impressos, panfletos recolhidos nas
agências de viagens.
Despreparo estrutural para receber e atender
O estudo aponta ainda que, quando o comércio local é
avaliado, novamente tem-se um cenário onde fica claro o quanto as pessoas com
deficiência ficam dependendo da boa vontade e da boa conduta dos indivíduos,
não sendo identificado padrão de qualidade no atendimento.
Do ponto de vista estrutural, o comércio não está nada
preparado para receber e atender os turistas – pessoas com deficiência. Muitas
vezes ocorre de um determinado estabelecimento (loja, bar, restaurante,
livraria, cafeteria, etc.) tornar a entrada do empreendimento acessível, mas
não se preocupar com a acessibilidade em seu interior (mesas, pisos, balcão
self-service, provadores, banheiros etc).
O documento destaca que de nada adianta apresentar
“soluções” ilusórias. Isto é, viabilizar o acesso da pessoa com deficiência a
um local, se ela não terá como transitar no seu interior e usufruir dos
serviços na sua plenitude.
Percebe-se também baixo investimento por parte de
comércios locais em recursos tecnológicos que tornariam viável a orientação e a
comunicação das pessoas com deficiência visual e auditiva, como, por exemplo, a
utilização de leitores de preço sonorizados, cardápios em braile e/ ou
informatizados (com som), ou mesmo um atendente que tivesse conhecimento em
libras.
Fonte: SEBRAE