Mulher condenada por adotar 39 crianças deficientes
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Nos últimos 40 anos, Kong Zhenian adotou um
total de 39 crianças, todas com uma deficiência física ou
mental. O problema é que esta caridade foi feita na China, onde as políticas de
natalidade são rigorosas. A mulher foi condenada a entregar as propriedades e a
ficar sem apoios sociais.
Kong Zhenian, de 65 anos e que vive em Jiu
Jiu, na provínca chinesa de
Shanxi, tem 39 filhos. Todos foram adotados e estimados como se fossem
biológicos, mesmo com o ‘pormenor’ de que todos possuem pelo menos uma
deficiência, física ou mental.
“Eu criei 39 crianças com problemas, mas a
maioria, na verdade, apenas sofria com a negligência. Custou-me muito dinheiro,
mas sempre nos
arranjámos”, adiantou a mulher que, nos últimos 40 anos, tem cuidado dos filhos
que não deu à luz.
Tudo começou no dia em
que Kong Zhenian viu uma menina “abandonada ao lado de uma estrada”, recordou:
“Senti tanta pena que tive de fazer algo”. Foi a primeira dos 39 filhos
entretanto adotados.
O problema desta mulher é que tem sido uma
santa na China,
um dos países onde as leis da natalidade são mais rigorosas. O caso de Kong
Zhenian chegou ao conhecimento das autoridades, que não tiveram a mesma piedade
demonstrada por esta mãe.
A propriedade de 8000 metros quadrados foi
confiscada pelo Estado e a mulher está proibida de receber qualquer apoio
social. Tudo porque violou a lei que limita as adoções a três crianças por
família: afinal, ela recolheu 39 órfãos…
“O mais velho tem agora 27 anos e tem uma
vida independente, o mais novo tem apenas um mês. Seis foram para a
universidade e outros dois entraram numa escola técnico-profissional”, contou a
mulher.
“Tem sido muito duro”, em especial desde que
perdeu a propriedade, mas Kong Zhenian não desiste de continuar a apoiar quem
mais precisa. “Faço qualquer coisa e as pessoas também ajudam. Quando sabem da
minha história mandam dinheiro, roupas e comida. Os meus filhos mais velhos
também mandam sempre dinheiro”, explicou.
“Ainda há muita alma boa neste mundo, por
isso o presente não me preocupa”, assumiu Kong Zhenian: “O que me mete medo é o
futuro, o que vai acontecer a estas crianças quando eu morrer…”
Fonte: PTJornal por João Miguel Ribeiro e Blog Sempre Incluídos