Enem mais inclusivo
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Edital deste ano do exame trouxe novidades no campo da acessibilidade.
A pesquisadora Lucinda Leria comenta o assunto.
Candidatos puderam acessar o documento
em formato de leitura compatível com o DOSVOX, sistema que permite que cegos e
deficientes visuais utilizem computadores comuns. Já para os participantes
surdos, as informações sobre o exame foram publicadas em vídeo na língua
brasileira de sinais. Para as provas, o Inep oferece atendimento especial para
quem tem algum tipo de deficiência.
No entanto, alguns casos de falta de acessibilidade ainda ocorrem no
exame. Um exemplo é o do cadeirante Maurício Zortea, quem em 2011 teve que ser
carregado até o local da prova, que não possuía rampas, apenas escadas. Além
disso, sua cadeira de rodas não passava na porta do banheiro. Ele entrou com
uma ação na justiça e, em outubro desse ano, o juiz condenou o Inep a pagar R$
10 mil ao cadeirante.
Caio Silva de Souza, advogado do instituto brasileiro de pessoas com
deficiência, afirma que a situação é recorrente no exame. “Muitas instituições
que realizam as provas são locais antigos, que não tem acessibilidade. Existe a
questão de não ter rampa, de o elevador não funcionar.”
Esse ano, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas) ofereceu alguns recursos de atendimento
especial como auxílio ledor, auxílio para transcrição, guia-intérprete, prova
em braile, entre outros. No entanto, para a pesquisadora de tecnologia da informação
e especialista em acessibilidade, Lucinda Leria, esses recursos não são
eficientes. Muitas pessoas com deficiência visual não leem em braile e muitos
dos ledores não estão preparados. “Eles não estão dando autonomia. Se
colocassem o computador, isso ia beneficiar a pessoa que tem deficiência na
parte superior, pois as pessoas usam extensor na boca para digitar. Amputados
também, pois poderiam usar equipamentos acoplados.”
Para participar do processo seletivo nessas
condições, os estudantes devem informar, no ato da inscrição, o tipo de
deficiência que possuem e, em seguida, indicar qual auxílio necessitam. Além
disso, se houver interesse, os participantes também podem solicitar uma hora de
acréscimo para resolução das questões, que serão corrigidas sob critérios
diferenciados de avaliação.
Além de comprovar sua deficiência por meio de
laudos médicos, os candidatos também recebem ligações dos funcionários do Inep
após a solicitação e o encerramento do prazo das inscrições, para confirmar o
auxílio requerido e a necessidade de tempo extra, dependendo do tipo e do grau
da deficiência.
Escute a matéria no link:
https://www.ufmg.br/online/radio/arquivos/anexos/ENEM%202014%20-%20MAIS%20INCLUSIVO%20ACESSIBILIDADE%20A%20DEFICIENTES%20-%2004-11-2014.mp3
Fonte: UFMG Educativa - Rede Saci -
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