Acessibilidade à pessoa com deficiência auditiva na eleição esbarra em desinformação
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Oito intérpretes de libras foram destacados
para auxiliar em Sorocaba (SP). Em um dos locais, nenhum eleitor com
deficiência auditiva apareceu.
Uma das novidades da eleição em Sorocaba (SP) neste
ano foi a introdução de intérpretes de libras destacados pela
Justiça Eleitoral para a acessibilidade às pessoas com deficiência
auditiva. Mas, infelizmente, a iniciativa parece ter esbarrado na falta de
divulgação: em um dos locais que contaram com intérprete, a Escola Municipal
"Visconde de Porto Seguro", no Centro da cidade, nenhum eleitor com
deficiência apareceu para registrar o voto.
A intérprete designada para o local é Meire
Terezinha da Veiga. Ela foi indicada para a Justiça Eleitoral por um trabalho
voluntário de acessibilidade que desenvolve em uma paróquia do Jardim Tatiana.
Lá, nenhum surdo sabia que a iniciativa estava sendo implantada. "Não teve
divulgação. É difícil para eles acessarem os meios tradicionais de comunicação,
se informam mais por redes sociais e, nelas, não houve aviso nenhum",
lamenta.
Apesar da baixa procura na escola, Meire
considera que a experiência deve ser ampliada nas próximas eleições. "Eles
se sentem excluídos da sociedade. Precisam se comunicar, e quando percebem esse
cuidado, o vêem como um ato de carinho e de amor", analisa, comparando a
situação da pessoa com deficiência auditiva com a de um brasileiro em outro
país. "Eles precisam se comunicar. É como um brasileiro que ouve alguém
falando português em uma multidão de estrangeiros", conta.
Segundo a Justiça Eleitoral, foram montadas
126 seções especiais em Sorocaba, em oito locais de votação - ou seja, cada
intérprete ficou responsável, em média, por 15 seções.
Fonte: G1
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