O acesso [IR] RESTRITO de Pessoas com Deficiência no mercado brasileiro
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O mercado brasileiro de produtos e serviços para
pessoas com deficiência tem grande potencial de desenvolvimento e movimenta
mais de R$4,5 bilhões ao ano
Matéria publicada na Revista Comério & Serviços da
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(Fecomercio), Ano 23, número 34, de setembro/outubro de 2014, páginas 18 à 25.
Sem fronteiras
O ingresso de deficientes no mercado de trabalho abre
um leque de possibilidades de consumo. Ainda que a locomoção nas grandes
cidades seja complicada, as pessoas com algum tipo de limitação contam com
serviços personalizados, como agência de viagens. O turismo acessível é o foco
da Turismo Adaptado, que trabalha desde 2004 com o turismo acessível.
“Percebemos que não havia serviço para deficientes nas agências tradicionais.
Muitas até permitiam uma viagem de deficientes, porém, não davam a atenção e a
adaptação que eles necessitavam”, ressalta o diretor comercial e consultor em
acessibilidade e turismo da companhia, Ricardo Shimosakai. Em parceria com a
LET Viagens, a Turismo Adaptado compõe a primeira operadora de turismo
acessível da América Latina.
A empresa organiza viagens nacionais internacionais
para pessoas com deficiência, locomoção reduzida, doentes crônicos e idosos. Todas
as viagens têm como destino locais adaptados e preparados para atender às
necessidades dos clientes. Trabalhando sob demanda, a Turismo Adaptado recebe,
em média, um pedido de viagem por dia. Os principais destinos são cidades
litorâneas e interioranas, além de países do exterior. Apesar do serviço
personalizado, o diretor afirma que a viagem especial não é mais onerosa do que
a de uma pessoa sem limitações. “Uma diferença de preço pode ser encontrada no
excesso de bagagem. Se ela fizer questão de levar cadeira de rodas extra, por
exemplo, pode necessitar de um carro maior que consiga comportar toda a sua
bagagem, e carros maiores tem um custo maior.
No caso, o valor maior não está relacionado à questão
da deficiência, e sim à necessidade de um equipamento mais caro”, informa. A
empresa realiza muitas viagens aos países que contam com sistemas avançados de
sinalização para deficientes e acessibilidade em quase todos os serviços ´como
Itália, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. “No Brasil, ainda há muito a ser
adaptado para receber as pessoas, tanto em grandes cidades como no interior dos
estados”, afirma Shimosakai.
Para viabilizar algumas viagens domésticas, a Turismo
Adaptado oferece cursos, palestras e seminários que capacitam empresas a
receber bem os clientes com mobilidade reduzida. “Recebíamos muitas
solicitações de viagens para Bonito (MS) e fizemos um trabalho de capacitação
com os guias de turismo. O destino se tornou acessível e hoje temos muitas
viagens para lá”, relata Shimosakai. Agora, a empresa foca no desenvolvimento
da marca, nos serviços prestados e na busca por parceiros para expandir o
alcance nacional.
Superar Desafios
Apesar do cenário próspero para produtos e serviços
voltados ao deficiente, o Brasil ainda está atrás de países europeus e dos
Estados Unidos nos quesitos tecnologia e acessibilidade. “Avançamos muito na
última década quanto as opções disponíveis no mercado nacional, mas ainda
importamos muita coisa de países como Estados Unidos e Suécia, o que encarece o
preço final”, conta Mônica, da empresa Cavenaghi.
Sobre o valor final, pesam os impostos da importação, o
custo do frete e a conversão da moeda. Quase sempre são produtos de qualidade
superior à dos similares nacionais e vendidos em seus países de origem com
subsídio do governo. “O estado ou os seguros-saúde garantem os equipamentos
necessários para que os deficientes sejam produtivos. Não é assistencialismo.
Aqui, o deficiente também conta com alguns direitos assegurados pelo Estado,
mas somente o básico é oferecido gratuitamente ou subsidiado”, aponta Mônica.
Shimosakai, da Turismo Adaptado, chama atenção para a
forma como os empresários e os governantes tratam a questão da acessibilidade.
“As empresas ainda não enxergam o real potencial do setor e oferecem
acessibilidade quase que por caridade. Nos estados unidos, o segmento do
turismo acessível fatura R$14 bilhões por ano e é extremamente inovador e fortalecido.
Aqui, as agências de viagem, quando deparam com clientes deficientes, acham que
terão muitas dores de cabeça para transportá-los e acomodá-los”, afirma.
Na comparação com os países da América do Sul, o Brasil
está à frente nas questões de acessibilidade e nas opções de produtos e
serviço, mas ainda está longe dos países europeus e dos Estados Unidos.
“Precisamos de ideias inovadoras. O mercado brasileiro tem muitas opções de
cadeiras de rodas importadas e com alta tecnologia, porém, custam muito caro,
chegando a R$14 mil dependendo do material com o qual são fabricadas”, afirma
Shimosakai.
De acordo com ele, a Copa do mundo trouxe obrigações
para acessibilidade nos estádios, por exemplo, e isso deve servir de lição para
futuros empreendimentos. Há, no entanto, muito a ser feito. Ainda segundo
Shimosakai, outro problema é que as empresas não sabem como atender a esse
público e investem em ações e em produtos que julgam acessíveis, mas que, na
prática, não atendem adequadamente os clientes. “Na maioria das vezes, tudo é
feito por quem não utilizam serviços e sem a consultoria deles para identificar
as melhores soluções”, destaca. O resultado é a subutilização do produto ou do
serviço, passando a falsa impressão de que não existe demanda por ele. O cenário
mostra que há potencial, mas que todos ainda precisam se adaptar ao mercado e
aprender, literalmente.
Para acessar a matéria completa, clique no link a
seguir C&S 34
Fonte: Fecomercio e Blog Turismo Adaptado
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