Tetraplégica americana desenvolve um nariz nas costas depois de um tratamento com células estaminais
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Uma norte-americana
submetida a um ensaio clínico com células estaminais acabou por desenvolver um
segundo nariz… Nas costas. Os testes, conduzidos há oito anos, destinavam-se a
doentes tetraplégicos, a quem foram implantadas amostras de tecidos nasais cujas
células se deveriam diferenciar (ou seja, desenvolver-se noutro sentido que não
o original) em neurônios que iriam reparar, ainda que de forma ténue, as lesões
na coluna dos pacientes.
O
tratamento acabou por dar certo em alguns casos – eram 20 no total, os que se
submeteram a este ensaio clínico – mas, noutros, não surtiu efeito. E, no caso
daquela paciente, evoluiu para algo estranho: a doente parecia ter uma evolução
favorável, tendo recuperado alguma sensibilidade nas costas, mas ao fim de
algum tempo, começou a sentir dores fortes. Médicos de um hospital no Iowa
(EUA) observaram-na e constataram que as células estaminais implantadas, em vez
de se diferenciarem nos neurónios pretendidos, acabaram por dar origem,
justamente, àquilo para o qual estavam talhadas, o desenvolvimento de um nariz.
Não era um órgão completo, mas tinha células nasais e cartilagens já
formadas.
Os
especialistas trataram então de remover o estranho apêndice das costas da
paciente, e perceberam que não havia risco cancerígeno, uma das
contra-indicações que tem sido observada em alguns destes testes com células
estaminais.
Alguns
tratamentos – poucos ainda, para o que se tem investido na última década nesta
área – foram aprovados pelas autoridades de saúde norte-americanas, enquanto
outros ainda estão em teste. Há mais de dez anos que as células estaminais são
vistas como o futuro da medicina, pela possibilidade, ainda teórica na maior
parte dos casos, de elas se poderem desenvolver nos tecidos que estão em falta
ou danificados nos pacientes. Daí a miríade de doenças que os investigadores na
área prometem tratar assim, das neurológicas à diabetes, passando pelas doenças
motoras.
Mas
a evolução na eficácia e no controlo da evolução destas células não tem
permitido avançar. A revista britânica New Scientist refere vários processos
judiciais nos EUA. Um homem de 50 anos que pretendia tratar uma doença de
Parkinson acabou por desenvolver um tumor cerebral devido a um implante de
células estaminais, por exemplo. Apesar das aprovações aos tratamentos
existentes serem poucas, algumas clínicas e centros de investigação privados já
usam as células para uma lista extensa de tratamentos. O risco é grande pelo
desconhecimento de efeitos secundários, incluindo ter um nariz onde ele não é
chamado.
Fontes: Blog APNEN Nova Odessa
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