Por que línguas de sinais são tão importantes para pessoas surdas?
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Enquanto a pessoa cega está afastada
de um mundo de imagens, devido às barreiras de comunicação, a surda está
frequentemente distante de outras pessoas, muitas vezes da própria família. A
comunicação é um dos processos mais importantes no nosso desenvolvimento. É a
comunicação que nos oferece a possibilidade de expressão, proximidade,
compreensão, ensino, aprendizado, identificação, afeto, dá-se enfim, sentido a
própria existência.
A língua de sinais é considerada a
língua materna de uma pessoa surda, já que é a primeira língua que ela
aprende, o que significa que o aprendizado ocorrerá naturalmente havendo
condições pra isso. Uma pessoa surda se apropria de significados visualmente e
línguas de sinais são adequadas a esta forma de apreensão do mundo.
É também sua língua nativa, já que
gera identificação com uma determinada cultura ou comunidade. Por isso, é comum
pessoas surdas participarem de associações, grupos de igreja, dentre outras
organizações nas quais a língua de sinais esteja presente e onde podem
encontrar surdos e surdas, compartilhar suas vidas, trocar conhecimentos e
informações que outros lugares não lhes oferecem.
São grupos frequentados também por
ouvintes (pessoas não surdas): tradutores, intérpretes e pessoas
interessadas em estabelecer contato direto com a comunidade surda, a fim de
aprender e aperfeiçoar a fluência na língua de sinais.
Por isso, é fundamental considerar a
Libras em todas as etapas de aprendizado e situações de comunicação envolvendo
pessoas surdas.
Susan Dupor, artista surda, frequentemente representa em seus
quadros muitas mãos em referência a importância que a língua de sinais tem para
pessoas surdas. Susan nasceu surda, vive em Lake Geneva, no estado de
Wisconsin, nos Estados Unidos, onde mantém seu estúdio de pintura e leciona a
disciplina de Artes na Wisconsin School for the Deaf.
Pessoas surdas podem fazer coisas
incríveis
Bem, isso ocorre da mesma forma que
funciona pra quem escuta. Se houver oportunidades e condições adequadas,
pessoas são capazes de realizar feitos incríveis. Como explica o antropólogo
Roque Laraia de Barros no livro “Cultura: um conceito antropológico“, não é suficiente “a natureza criar indivíduos altamente
inteligentes, isto ela faz com frequência, mas é necessário que coloque ao alcance
desses indivíduos o material que lhes permita exercer a sua criatividade de
uma maneira revolucionária”.
Talvez um exemplo que impressiona
seja o de Helen Keller que nasceu surda e cega, mas com o auxílio de sua
professora, Anne Sullivan, encontrou as condições de compreender e se expressar
no mundo. Helen Keller escreveu livros como “A história da minha vida”, foi
ativista, pesquisadora, conferencista e viajou pelo mundo defendendo os
direitos de pessoas deficientes. O filme “O milagre de Anne Sullivan”, que
estreou em 1962, conta parte da sua surpreendente história.
Fonte: Site Papo de Homem por Ana
Cláudia França e Blog Sempre Incluídos
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