Pelo coração dos cadeirantes
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Não, este post não fala de amor e romance envolvendo
cadeirantes. Este é o título de uma matéria recém publicada na revista Runner’s
de novembro de 2013, que revela uma pesquisa inédita feita pela Unicamp exclusivamente com cadeirantes vítimas de lesão na
medula espinhal, que é o caso deste jovem que vos fala.
Não é nenhuma novidade que a prática de exercícios físicos
traz muitos benefícios
à saúde de qualquer praticante, mas essa pesquisa fechou um pouco mais o escopo
e analisou um grupo muito específico de
malacabados: os lesados medulares.
Resumindo a história… Os pesquisadores avaliaram um grupo de cadeirantes que jogavam regularmente basquete, tênis, rúgbi ou handebol há pelo menos um ano e os resultados foram pra lá de animadores.
Os números conhecidos indicavam que de 30 a 50% de quem
sofreu lesão na medula apresentava algum problema cardíaco após dez anos do
acidente, na população geral esse índice fica entre 5 e 10%. Sentiu o drama? A
boa notícia é que, mesmo com a limitação dos movimentos, no grupo de
cadeirantes ativos o coração trabalha com mais vigor, bombeando mais sangue e
oxigênio para o corpo todo, além disso há uma escassez de placas de gordura
nociva acumuladas em seus vasos sanguíneos.
Agora o mais interessante. Os cientistas notaram que entre
os indivíduos com lesão medular em geral havia um espessamento da parede das
carótidas, artérias situadas no pescoço que levam o sangue para o cérebro, o
que favoreceria o aparecimento de placas ali. Mas entre os que praticavam
esportes, o estado dessas artérias ficava dentro dos parâmetros normais.
Posso falar por experiência própria. Sempre pratiquei
esportes, mas parei durante o processo de reabilitação. Quando voltei a
praticar exercícios após a lesão medular, que no meu caso se deu com o
basquete, não demorei a perceber os resultados. Houve uma melhora nítida na
respiração, no equilíbrio, na força muscular… e por que não dizer também na
autoestima, autoconfiança, nas relações interpessoais, etc. Hoje já não pratico mais o basquete em
cadeira de rodas, mas continuo com as minhas atividades.
Agora é a vez do paraciclismo, estou pedalando a minha
handbike há mais dois anos.
Nós que fomos abatidos pela guerra estamos mais sujeitos a
apresentar uma série de problemas de saúde, mas a boa notícia é que a prática
regular de exercícios pode derrubar essa probabilidade a níveis muito mais
baixos. E você, tá esperando o que pra se movimentar?
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