Pessoas com deficiência têm dificuldade de encontrar imóveis adaptados
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DANIEL VASQUES - DE SÃO PAULO
O advogado Danilo Oliveira Freire, 26, é tetraplégico e teve que adaptar
o imóvel que alugou no Jabaquara, na zona sul de São Paulo
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Comprar um imóvel e
ter de fazer reforma para conseguir entrar no banheiro. Pagar um condomínio que
não oferece estrutura para entrar na piscina. Pegar o elevador e não saber
quando seu andar chegou. Essa é a realidade para boa parte das pessoas com deficiência
no país.
A obrigatoriedade
de prover acessibilidade, segundo a prefeitura de São Paulo, vale apenas para a
área comum de um empreendimento residencial-ou seja, da porta do apartamento
para fora.
Na
prática, mesmo no caso da área comum, que reúne espaços como o salão de festas
e a piscina, a acessibilidade raramente é completa a ponto de permitir que o
condômino que utiliza cadeira de rodas consiga frequentar todos os ambientes.
Nos empreendimentos muito antigos, a acessibilidade
costuma ser ainda menor e os obstáculos podem estar já na entrada do prédio,
sem opção de rampa.
"Os condomínios antigos é que são deficientes, não
as pessoas, mas prevalece o bom senso, já que aplicar 100% de locomoção é
difícil. Se há um morador com deficiência, preciso fazer todas as adaptações,
mas isso é uma coisa onerosa. O visitante tem de ter acesso ao hall e ao
imóvel", diz Marcelo Mahtuk, diretor da administradora de condomínios
Manager.
Tetraplégico após um mergulho, há dez anos, o advogado
Danilo Freire, 26, conta que buscou diariamente, durante um mês, um imóvel para
alugar em São Paulo em que pudesse entrar no banheiro com a cadeira de rodas.
Como é comum que o vão das portas do banheiro meça 60 cm
- insuficiente para passar com uma cadeira de rodas, mas de acordo com a
exigência legal em São Paulo -, Freire alugou um imóvel e logo teve que reformá-lo.
Tirou o batente e a porta antiga do banheiro e instalou
uma de correr, que ocupa menos espaço. Além disso, excluiu o bidê para ter onde
deixar a cadeira de rodas. Gastou cerca de R$ 800 com as adaptações.
Agora quer comprar um apartamento, mas antevê
dificuldades. "Em São Paulo, o problema é seríssimo. Não se encontra
imóvel adaptado, nem novo, nem velho."
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