Orgulho na Deficiência e Viagem Global
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Scott Rains, srains@oco.net
Traduzido por Patricia Almeida
Quando viajamos,
representamos algo além de nós mesmos porque somos parte de uma comunidade.
Quando se é uma pessoa com deficiência, carrega-se dois itens de valor incomum
- especialmente se combinados. Ambos tendem a surpreender as pessoas que se
conhece numa viagem. Esses dois itens são o orgulho e o dinheiro. Por dinheiro,
não me refiro apenas às moedas no seu bolso. Por orgulho, refiro-me à
auto-determinação em saber que você está além das medidas econômicas de valor.
O próprio fato de
ter uma deficiência e viajar sugere algo sobre sua condição econômica. Ele
assinala o fato de que você tem crédito, economias, educação, talvez uma
profissão que exija viagens, e acima de tudo a habilidade de tomar decisões por
conta própria sobre o rumo de sua vida. Essa combinação de meios e dignidade é
um método potente de transformação social.
Viagens de lazer
significam um movimento para além do modo de sobrevivência. Uma
porcentagem pequena, mas crescente de pessoas com deficiência fez a transição
para a estabilidade econômica, mas não estamos distribuídos igualmente pelo
mundo. A viagem nos espalha ao redor dele, o que vale dizer que dissemina
exemplos vivos de um estilo de vida alternativa.
À medida que uma
geração de pessoas com deficiência permanente vivencia um grau crescente de
emprego, educação e lazer, aqueles dentre nós com recursos para viajar
pertencemos a um grupo de consumidores que está apenas começando a ser notado.
A maneira que escolhemos de gastar esses recursos - até mesmo através de nossas
atividades de lazer - tem um profundo impacto. Seguem alguns fatos não muito
conhecidos, reunidos por Rosangela Berman-Bieler, do Instituto Interamericano
para a Deficiência e o Desenvolvimento Inclusivo, utilizando pesquisas realizadas
pela Organização Portas Abertas:
Adultos norte-americanos com deficiência ou
mobilidade reduzida gastam, em média, 136 bilhões de dólares por ano no
turismo. Em 2002, esses indivíduos realizaram 32 milhões de viagens e gastaram
4,2 bilhões de dólares em hotéis, 3,3 bilhões de dólares em passagens aéreas,
2,7 bilhões de dólares em comida e bebidas, e 3,4 bilhões de dólares em
comércio, transporte e outras atividades. Os destinos internacionais mais
populares para esse segmento de turismo são: 1. Canadá; 2. México; 3. Europa; e
4. Caribe, nessa ordem.
Os recursos econômicos para determinar nosso próprio futuro nos permitem exercer um influência poderosa enquanto consumidores sobre as atitudes, a infraestrutura, e os produtos da indústria do turismo. Nosso comportamento de viagem é estudado por essa indústria.
A comunidade é o
efeito multiplicador que torna o nosso comportamento econômico apenas uma
pequena parte do impacto global que exercemos. Quando viajamos, representamos
uma comunidade de pessoas com deficiência, e essa comunidade é perpassada por
um fio unificador de orgulho.
Podemos ser
afortunados e ter começado nossa viagem a partir de uma situação na qual a
família, os amigos, a legislação, a sorte e o trabalho duro nos deram um senso
forte de auto-confiança e uma vida entre pessoas como nós. Uma mudança de local
pode nos colocar numa situação na qual nossa identidade enquanto membros da
comunidade com deficiência é apenas vagamente percebida como um pertencimento,
insignificante e marginalizado, de uma "comunidade da diferença". Com
frequência, esses significados a nós atrelados no exterior são os próprios
estereótipos que lutamos tanto para abolir ou dos quais tentamos ao menos nos
isolar em nosso país.
As viagens podem
representar uma ruptura com as fontes regeneradoras da identidade e do orgulho
na vida do deficiente. A perda de uma comunidade do senso de deficiência
com orgulho nos isola das relações interpessoais, das discussões políticas e da
vitalidade artística de nossa cultura. E no entanto, talvez essa "presença
da ausência" seja um dos momentos privilegiados da viagem. No plano
pessoal, ela pode dar perspectiva a nossas vidas. No plano público, ela nos
anuncia aos outros como um portal para um estilo de vida ainda por ser
vivenciado como uma pessoa com deficiência.
Viaje pelo mundo hoje e você descobrirá que existe uma fome por comunidade e solidariedade entre as pessoas com deficiência. Como um estudante de intercâmbio, um mochileiro, um viajante de negócios ou um turista em férias, sua identidade enquanto pessoa como deficiência lhe dá acesso tanto à face positiva quanto negativa da cultural local. Aonde quer que vá, você encontrará oportunidades únicas de aprender com as manifestações locais da cultura da deficiência e também de contribuir para elas.
Quando viajamos,
somos embaixadores de uma comunidade que transcende fronteiras, com um conjunto
de valores fundamentais que o mundo tem a oportunidade de descobrir
através das escolhas que fazemos. Leve seu orgulho consigo quando cair na
estrada e aplaine o caminho para aqueles que virão depois de você.
Fonte: Rollingrans
Fonte: Rollingrans
Uma ótima reportagem ! mas eu quero viajar aqui mesmo pelo Brasil , estou com uma dificuldade danada de conseguir carros adaptados para alugar , alguém sabe onde posso encontrar ? pois nada melhor que ter mobilidade em uma cidade sem prescisar ficar esperando táxi !
ResponderExcluirOlá Théko, td bem? No meu blog tem esta matéria que fala sobre locação de carro adaptado: http://www.fernandazago.com.br/2010/06/aluguel-de-carro-adaptado-para-pessoa.html e neste site tem mais informações: http://www.rentacarnews.com.br/artigos/locadora-oferece-frota-especial-para-portadores-de-necessidades-especiais.
ExcluirEspero que te ajude. Volte sempre. Abraço