Mobilidade: Pelourinho terá rampas para facilitar o acesso
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Obras de acessibilidade são criticadas por alterar o aspecto das construções |
Um dos cartões-postais de Salvador, o adro da Fundação Casa
de Jorge Amado e Museu da Cidade, que descortina a visão do Largo do
Pelourinho, está em obras para instalação de infraestrutura de acessibilidade. As escavações e colocação de
tijolos de cimento para construção de rampas, com a retirada da velha calçada
intrigam baianos e turistas que desconhecem o que acontece no local.
A intervenção integra projeto elaborado pela Fundação Mário
Leal Ferreira foi iniciativa da Superintendência dos Direitos das Pessoas com
Deficiência da Secretaria de Justiça,
Cidadania e Direitos Humanos (SJDCDH).
As obras têm divido opiniões: há quem as considere
apropriadas para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. Outros criticam
a alteração arquitetônica do patrimônio
histórico.
A diretora de Acessibilidade e Políticas Públicas da
SJDCDH, arquiteta Marília Cavalcante, diz que o equipamento atende às
legislações em vigor e foi concebido
para manter a harmonia da área.
Intervenção - Para o analista técnico do Crea-BA, o
engenheiro e arquiteto Giesi Nascimento, o projeto foi bem elaborado e
discutido com as entidades do setor, além de resgatar uma dívida com as pessoas
com dificuldade de locomoção.
Para o marchand Dimitri Ganzelevitch, morador do Centro
Histórico, “a tendência de ser
politicamente correto nem sempre respeita a opinião geral”. Ele diz que,
ao invés de modificar a visão frontal das antigas edificações, as rampas poderiam
ficar nas laterais ou serem feitas de madeira e removíveis. Alertou ainda para
a necessidade de fiscalizar as novas calçadas para que não sejam ocupadas por
ambulantes.
Usadas como
arquibancadas para admirar o valioso conjunto arquitetônico, as
escadarias da Fundação Casa de Jorge Amado adquirem aos poucos um novo aspecto.
“O que é que estão fazendo ai, é uma pista de skate?”, brinca o vendedor de
coco, Luiz Amâncio que diz passar todos
os dias pelo local.
“Estava acostumado com
aquelas escadas que davam um refresco depois dessa subida desde lá do
Taboão. A gente ainda vai poder
sentar?”, pergunta o estudante José Messias.
Segundo o diretor de Habitação da Conder, Ubiratan Cardoso,
órgão que executa as obras que integram a sétima etapa do Programa de
Requalificação do Centro Histórico, o circuito, de 1,3 km de comprimento, tem
início no Cruzeiro de São Francisco. O alargamento das calçadas ao longo da Rua
Gregório de Matos contorna o alto do Largo do Pelourinho, seguindo pela Rua
Alfredo de Brito e terminando no Terreiro de Jesus.
As pedras do tipo “cabeça-de-nego” retiradas do calçamento
foram armazenadas no depósito da Conder no Centro Histórico para reparos em
outras vias locais, explicou Ubiratan Cardoso.
Fonte: A Tarde
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