Jovem com Down irá à Disney graças a campanha de desconhecida
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Roteirista criou 'Jornada' para sair pelas ruas de SP ajudando as pessoas.
Entre as ações, ajudou garoto que não tinha como ir a viagem com grupo.
Entre as ações, ajudou garoto que não tinha como ir a viagem com grupo.
Um jovem com síndrome de Down vai realizar o
sonho de viajar para a Disney graças à iniciativa de uma moradora de São Paulo
que decidiu sair pela cidade fazendo o bem para desconhecidos.
O garoto é Thiago Rodrigues, de 25 anos. A “boa
samaritana urbana” é Renata Quintella, de 39 anos.
Thiago vive no Capão Redondo, na Zona Sul da
capital paulista. Desde cedo, aprendeu a ser independente: anda de ônibus e de
metrô, trabalha em uma empresa de ecodiesel para ajudar a mãe, que é manicure,
e pratica jiu jitsu em uma academia onde é bolsista.
Frequentemente, sai com os amigos que
conheceu em um projeto voltado à sociabilização de pessoas com deficiência
intelectual.
Criado pela psicóloga e pedagoga Fabiana
Duarte, o programa, chamado “Simbora Gente”, leva os jovens para atividades
coletivas em teatros, bares, baladas e outros passeios.
Alguns desses jovens pagam para participar,
mas os que não têm condições financeiras – caso de Thiago – são incluídos
gratuitamente sempre que possível.
No dia 15 de julho deste ano, o grupo parte
para sua primeira viagem internacional. O destino, escolhido por unanimidade em
uma votação entre os participantes, foi o parque da Disney na Flórida. O
problema é que, desta vez, não foi possível conseguir subsídio para a ida de
Thiago. O valor, de US$ 4.000 apenas para passagem e hospedagem, era alto
demais.
Decepcionado, Thiago não quis acreditar, e
chegou a pedir folga no trabalho para poder acompanhar o grupo. “Ele não
entendeu muito, falou para o chefe que ia. Isso me cortou o coração”, diz
Fabiana.
Jornada
Os
caminhos de Thiago Rodrigues e Renata Quintella se cruzaram em abril deste ano.
Ela conheceu o grupo do Simbora Gente em uma viagem que fez com seus três
filhos para o interior de São Paulo.
Dois meses depois, Renata, que é roteirista,
decidiu levar adiante um projeto que estava há tempos em sua cabeça: sair pela
cidade oferecendo ajuda a desconhecidos.
“Não é algo que vai mudar diretamente a vida
de ninguém. Não vou dar casa, carro, nada disso. Tento ajudar a pessoa naquilo
que ela precisa naquele momento. Acredito no poder da gratidão”, explica ela.
Acompanhada de amigos cineastas e fotógrafos
e com flores na mão, ela foi para o bairro de Pinheiros no dia 5 de junho e
começou a abordar as pessoas. Ao ouvir a pergunta “O que eu posso fazer por
você agora?”, muitos estranharam e quiseram saber o que estava por trás da
iniciativa.
Depois de conversar com Renata, elas
relaxaram e disseram o que queriam. O resultado foi que, até o fim do dia,
Renata ajudou uma senhora a carregar sacolas de compras, comprou uma vassoura
de um ambulante que não havia vendido nada aquele dia, usou-a para ajudar a
varrer uma loja perto dali, levou em seu carro um homem que precisava ir ao
dentista e até organizou uma festa na rua para uma mulher que estava sozinha em
seu aniversário.
A “Jornada”, como foi batizada a iniciativa,
se repetiu por mais quatro dias em lugares diferentes da cidade.
E a ajuda para viabilizar a viagem de Thiago
foi uma das boas ações que ela quis promover. Quando soube pela psicóloga que
coordena o “Simbora Gente” que o garoto não conseguiria ir no passeio em grupo,
ela tentou arrecadar o dinheiro necessário.
Depois de muitos contatos sem sucesso,
conseguiu sensibilizar uma empresa de eventos corporativos, que se dispôs a
patrocinar o pacote.
A notícia foi anunciada em grande estilo.
Segurando um boneco e um balão do personagem Mickey, Renata entregou uma caixa
que trazia a mensagem: “Thiago, você também vai para a Disney!”. O momento foi
filmado (veja o vídeo aqui).
Agora, Renata continua em campanha para
arrecadar o dinheiro (cerca de US$ 1.500) para as despesas do garoto nos 15
dias no exterior (informações sobre como colaborar pelo e-mail
jornadanossa@gmail.com)
Desde que começou sua "Jornada", a
roteirista tem recebido e-mails de todo o Brasil, de pessoas que querem
conversar, tomar um café ou dividir experiências. “E fácil fazer alguma coisa
por alguém", diz Renata. "O que a gente recebe de volta é
impressionante. E outras pessoas podem reproduzir o gesto. Vira uma corrente”,
acredita.
Fonte: G1
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