Locais acessíveis a deficientes motores estão agora à distância de um smartphone
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Aplicação permite
localizar os espaços acessíveis mais perto do sítio onde se encontra o
utilizador
Quais são os
restaurantes com acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida? E os hotéis?
Que transportes públicos estão adaptados para estes utilizadores? A resposta a
esta e a outras perguntas sobre os locais acessíveis a deficientes motores de
Norte a Sul do país está agora à distância de umsmartphone, através da
aplicação Portugal Acessível Mobile.
Lançada pela Associação
Salvador, que se dedica a promover a qualidade de vida das pessoas com
deficiências motoras, em parceria com a Fundação PT e a Microsoft, esta
aplicação gratuita reúne informação sobre as condições de acessibilidade de
cerca de 3500 espaços de alojamento, cultura, restauração, praias, transportes,
unidades de saúde e farmácias.
“Tem a vantagem de
podermos planear as férias e sabermos que, no lugar que escolhermos, há uma
praia acessível. Ou de estar na rua e saber onde podemos encontrar um
restaurante com casa de banho adaptada”, exemplifica Salvador Mendes de
Almeida, fundador da associação, que esteve presente nesta quinta-feira na
sessão de lançamento desta ferramenta, no Fórum Picoas, em Lisboa.
A aplicação pode ser
descarregada em iPhone, Android e em breve estará também no Windows Phone. É a
versão móvel da informação já disponível na página de Internet Portugal Acessível,
criada em 2008. Nos dois suportes, é possível pesquisar os locais com condições
de acessibilidade em determinado distrito ou concelho, por categoria.
Na aplicação, que foi
desenvolvida pela PT (a Microsoft criou a versão para o Windows Phone), é
utilizado um sistema de georreferenciação que regista o local onde se encontra
o utilizador. Na pesquisa é possível saber, por exemplo, quais os restaurantes
nas proximidades com casa de banho adaptada a deficientes. Ou que farmácias têm
rampa de entrada para as cadeiras de rodas. É possível saber também se os
passeios no exterior são rebaixados, se o piso tem obstáculos ou se há
estacionamento reservado a pessoas em cadeira-de-rodas. O utilizador pode
também pedir uma sugestão de itinerário até ao local pretendido.
O projecto é “pioneiro”
pelo menos em Portugal, garante o secretário de Estado da Inovação e
Empreendedorismo, Franquelim Alves, também presente na sessão. O governante
salientou a importância da participação dos privados, referindo-se à PT e à
Microsoft, na criação de ferramentas com “impacto evidente na qualidade de vida”
dos utilizadores.
Turismo acessível vale
milhões
São os voluntários da associação, com deficiências motoras, que fazem a identificação dos locais, tendo recolhido informação do Minho ao Algarve, que vai sendo actualizada. “Vamos de fita métrica e bloco de notas para ver se os espaços têm condições de acessibilidade”, explica Salvador Mendes de Almeida, tetraplégico desde os 16 anos, na sequência de um acidente de moto.
São os voluntários da associação, com deficiências motoras, que fazem a identificação dos locais, tendo recolhido informação do Minho ao Algarve, que vai sendo actualizada. “Vamos de fita métrica e bloco de notas para ver se os espaços têm condições de acessibilidade”, explica Salvador Mendes de Almeida, tetraplégico desde os 16 anos, na sequência de um acidente de moto.
O responsável do
projecto destaca as vantagens desta aplicação – que tem já tradução em inglês e
em alemão – na promoção do turismo acessível. Estima-se que na Europa o turismo
acessível vale 90 milhões de euros. Só nos países da União Europeia, há cerca
de 80 milhões de pessoas com deficiência, o que representa um mercado potencial
de cerca de 130 milhões de turistas, incluindo família e amigos. “São pessoas
que adoram o nosso país e muitas delas com grande capacidade financeira”,
sublinha Salvador Mendes de Almeida.
A aplicação terá em
breve uma função de pesquisa de itinerários turísticos acessíveis, à semelhança
do que está disponível na página de Internet. Esta ferramenta permite ainda
perceber quais são os municípios com mais trabalho feito no campo da
acessibilidade. “A Lousã e Portimão são bons exemplos, é preciso replicá-los
noutros pontos do país”, afirma.
Ainda assim, “Portugal
está muito melhor” no que diz respeito à acessibilidade, garante um voluntário
da associação, Luís Rodrigues, também ele deficiente motor. Pelo menos, está
melhor do que há 32 anos, quando se viu dependente de uma cadeira de rodas
depois do acidente de moto, aos 18 anos. “Na altura, nada era acessível”,
lamenta.
“A acessibilidade não é
importante só para os deficientes motores. É também para quem transporta
carrinhos de bebé, ou para os idosos com dificuldades de locomoção”, recorda
Luís Rodrigues. Com a divulgação dos locais e serviços adaptados agora através
dos smartphones,
Salvador Mendes de Almeida espera uma maior sensibilização das pessoas
responsáveis: “É bom para nós mas também é bom para eles”, remata.
Fonte: público e Turismo Adaptado
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