Uma PcD no Supremo Tribunal Federal? É possível, sim!
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Um PcD* no STF??
Por: Íris Porto, Jornalista
Pois essa disputa existe e está ocorrendo
neste momento. A lista de candidatos inclui, pelo menos, 18 nomes, segundo furo
do colunista Ilmar Franco, de O Globo. São pessoas de notório saber jurídico
que disputam a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto no Supremo
Tribunal Federal.
Voltando ao desafio, se todos são excelentes,
como escolher um melhor entre melhores? Uma solução
possível seria escalar essa montanha de excelência para enxergar qualidades
únicas que cada um dos candidatos certamente possui. Por esse critério, logo de
cara, teríamos dois grandes grupos: um, formado por 17 candidatos e outro,
muito maior, formado por um quarto da população brasileira, representada pelo
juiz federal Roberto Wanderley Nogueira, único dos candidatos que, além de ser
excelente, com currículo invejável e notório saber jurídico, também é…
deficiente físico.
Isso mesmo. Ele tem exostose hereditária múltipla
[Google!], o que não o impediu de se tornar um excelente juiz de carreira, com
sentenças históricas, notáveis e corajosas. É mestre, doutor e pós-doutor em
Direito Público, além de ser professor orientador da disciplina de mestrado
?Direito Inclusivo e Cidadania? na UFPE.
E não é apenas acessibilidade de locomoção,
mas também acessibilidade ao trabalho. Há inúmeros exemplos, nesse 1/4 de
população brasileira com deficiência (algo em torno de 45 milhões), que se
destacam pela excelência com que realizam o seu trabalho. Pena que o espaço
aqui não me permite citar vários, mas trago dois casos próximos a mim
geograficamente: a professora de Comunicação na UFPB, Joana Belarmino, tuiteira
de carteirinha (@zazoeira), jornalista, contista, com doutorado em Comunicação
e Semiótica pela PUC/SP. Nasceu cega.
Surpreso? Então, que tal conhecer Francisco José de
Lima, doutor em Psicofísica
Sensorial, professor de Educação Inclusiva para os cursos de Pedagogia e
licenciaturas da UFPE, professor do Programa de Pós-graduação em Educação da
UFPE e coordenador do Centro de Estudos Inclusivos (CEI/UFPE) que forma áudio
descritores? Também é cego. De nascença.
A lista é loooooonga [bem maior que a
dos candidatos ao Supremo] e inclui pessoas que estão em praticamente todas as
áreas de atividade humana [menos numa das 11 cadeiras do STF]. Tem, por
exemplo, o publicitário e apresentador de rádio e TV, Dudu Braga, filho do rei
Roberto Carlos; a deputada federal Rosinha da Adefal; a escritora, jornalista e
consultora Leandra Migotto Certeza, a biofarmacêutica, de fama internacional,
Maria da Penha; nossos vitoriosos atletas paraolímpicos… [você mesmo poderia
citar mais pessoas cujo destaque profissional ofusca as próprias limitações - inúmeras delas
impostas pela violência...].
Como bem destacou o professor Francisco
Lima: “deficiência não é currículo, mas ser e fazer tendo deficiência, indica
ser, por vezes, melhor.”
Finalizo com as palavras do candidato
à vaga no STF, juiz Roberto W Nogueira: “Diferenças arbitrárias nunca deveriam
existir entre aqueles que detém uma mesma dignidade, nunca!”
Fica a dica, presidenta Dilma.
Fonte: Blog Deficiente Ciente
Fonte: Blog Deficiente Ciente
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