População de paises de primeiro mundo exigem acessibilidade nas residências
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Portas automáticas que podem ser acionadas apertando um botão de fácil acesso melhora a qualidade de vida de pessoas com deficiências |
Nos países industrializados, as
populações em vias de envelhecer estão obrigando arquitetos, designers e
urbanistas a levar em conta as necessidades dos idosos e portadores de
deficiência.
Para cerca de 650 milhões de pessoas
com deficiências em todo o mundo, uma moradia normal não é um abrigo seguro,
mas uma armadilha de limites perigosos e ângulos que dificultam a locomoção.
Construir edifícios e locais públicos sem esses obstáculos é um enorme desafio.
A acessibilidade dos locais para pessoas com deficiência física, conhecida como
design universal, é mais do que nunca uma prioridade premente devido ao envelhecimento
das sociedades na Europa e na Ásia.
Já que muitos idosos atualmente
desejam permanecer em suas casas e ‘envelhecer no seu lugar’, muitos edifícios
privados requerem uma reforma total. As superfícies dos pisos de todos os
aposentos, por exemplo, deveriam estar bem niveladas entre si para reduzir o
risco de tropeços. Corredores e vãos de portas precisam ser largos o suficiente
para as cadeiras de rodas, e as escadas deverão ser substituídas por rampas de
inclinação suave. Banheiros e cozinhas para cadeirantes precisam ter
interruptores de luz, maçanetas, puxadores e demais acessórios posicionados em
uma altura adequada.
Numa casa-padrão, os cadeirantes
frequentemente ficam entalados ao tentar executar as tarefas do dia a dia.
Cozinhas que permitem a circulação e vãos livres embaixo do fogão e da pia
podem ajudá-los a cozinhar e fazer a limpeza. Nos banheiros, as banheiras
tradicionais – um obstáculo insuperável – podem ser substituídas por
alternativas com perfil rebaixado ou sifão embutido no chão. Banheiras e vasos
sanitários com sistemas de içamento e espaço para cadeiras de rodas oferecem
soluções ainda mais convenientes.
A lista de deficiências é
interminável, assim como a lista das características necessárias a uma vida com
acessibilidade plena. Soluções de ‘tamanho único’ são impossíveis, pois cada
uma das deficiências e sua severidade variam de pessoa para pessoa.
Pessoas com destreza manual reduzida
podem viver de modo independente se as torneiras, maçanetas e demais itens
forem de dimensões adequadas e fáceis de manusear, ou se forem controlados
eletronicamente. Para pessoas com deficiências severas, computadores e sistemas
de controle remoto podem ajustar iluminação, ventilação e outras funções de
acordo com tempo, estação e preferência.
Fazer certo desde o começo
A fim de evitar reformas custosas,
algumas autoridades governamentais e planejadores urbanos começaram a
incorporar características similares nas novas construções, de modo que as
casas não exijam modificações posteriores.
O governo japonês publicou suas
diretrizes de projeto de moradias para uma sociedade em vias de envelhecer,
recomendando que todas as novas moradias sejam projetadas com pisos nivelados,
barras de apoio, portas e corredores mais largos. Esses itens são obrigatórios
nos novos conjuntos residenciais, e os incorporadores que aplicarem essas
diretrizes poderão se candidatar a empréstimos com juros mais baixos.
A Finlândia oferece subsídios
similares para a construção de moradias novas e sem barreiras. Desde meados dos
anos 1990, o bairro de Marjala, na cidade de Joensuu, foi desenvolvido com
moradias, instalações compartilhadas, ruas, calçadas, praças e parques
acessíveis a todos. Um canal multisserviço computadorizado mantém os moradores
conectados com seus médicos. A comunidade oferece até oportunidades de trabalho
em casa ou a distância para funcionários municipais.
A fim de capacitar as pessoas a se
deslocar livremente além do seu bairro, a Finlândia foi pioneira na implantação
de um sistema de transporte por chamado, conhecido como DRTS (sigla em inglês
para Demand Responsive Transportation System), que hoje é utilizado em mais da
metade de todos os municípios finlandeses. Esse sistema público flexível
combina táxis, ônibus e trens para prover transporte sob demandas para pessoas
idosas e deficientes.
A Finlândia pode ser um exemplo de
excelência, mas, com apenas cinco milhões de habitantes, isso não passa de uma
gota no oceano. O desafio de verdade será atender os centenas de milhões de
pessoas disfuncionais nos países em desenvolvimento que ainda não contam com o
benefício de qualquer tipo de assistência.
Fonte: Allianz
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