Comunicação às cegas - Dia Nacional do Braille

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Em artigo, Mara Gabrilli reflete sobre o braille e outras formas de comunicação em homenagem ao Dia Nacional do Braille, comemorado em 8 de abril

Neste mês comemoramos o Dia Nacional do Braille. A data, celebrada em 8 de abril, é uma homenagem ao criador do sistema, o jovem francês Louis Braille, que ficou cego aos três anos de idade e em 1825 fez sua primeira apresentação do método de leitura e escrita para cegos.

Ainda hoje, o braille é usado por muitos cegos brasileiros, o que não significa que outros meios de comunicação não possam ser usados por essa população. Aliás, você já parou para pensar em como cegos e pessoas com deficiência visual acessam a gama de conteúdos que temos à disposição, livremente, nos dias de hoje? Pense desde a leitura do jornal diário até ferramentas como o e-mail, as mensagens de SMS, os portais de notícias e as redes sociais. Sem falar da TV e do cinema, que não deixaram de desempenhar seu papel informativo.

Assim como as mídias se convergiram para vários meios, hoje, os recursos de acessibilidade para os cegos também se transformaram. Da mesma forma que você pode se informar por várias plataformas, um cego também pode, ou ao menos deveria. Muita gente ainda associa a comunicação dos cegos apenas ao braille. Uma concepção ultrapassada para a sociedade da era digital.

Há certas décadas, costumávamos escrever cartas quando queríamos nos comunicar com alguém que não fosse possível por meio do telefone. Pode-se dizer que a prática foi abolida nos dias de hoje. Isso porque quanto mais prático for o canal, mais eficiente será a comunicação. Para o cego, ter apenas o braille é como se, para você, só existissem as cartas como meio de  comunicação à distância. Você consegue imaginar isso nos dias de hoje?

Assim como uma rampa ou elevador me permitem chegar aos locais com facilidade, recursos como a audiodescrição e os softwares com leitores de tela podem fazer a diferença na vida de uma pessoa que não enxerga. Quanto mais acessível for o canal, mas independência e autonomia o cego terá para acessar, navegar, ler e fazer bom uso da informação. Sentir e fazer parte.

Em 2008, a Convenção da ONU sobre os direitos da pessoa com deficiência foi ratificada pelo Congresso Nacional. Isso significa que todos os seus artigos, inclusive aqueles que dizem respeito à acessibilidade nos meios de comunicação, devem ser cumpridos.

Hoje, temos à disposição recursos tecnológicos e humanos que tornam tudo possível para qualquer pessoa. Além de garantidos por lei, são embasados em normas técnicas aperfeiçoadas constantemente.

Costumo dizer que deficiente é a cidade com sua falta de equipamentos, não as pessoas. Por isso precisamos ampliar o acesso a estes recursos para que as pessoas não só usufruam a tecnologia, mas façam bom uso dela em seu dia a dia.

Um livro que toca a alma, uma informação importante ou mesmo a riqueza da descrição das cenas de um filme podem ter papel transformador na vida de qualquer pessoa. Inclusive, de um cidadão cego.

Pessoas com conhecimento transmitem e multiplicam seu aprendizado. Neste Dia Nacional do Braille, vamos pensar juntos em como construir ferramentas e serviços que contemplem a diversidade humana em sua plenitude. Tenho certeza de que Louis Braille, de onde estiver, agradece.

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