Bullying: nem o básico se sabe
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Especialista
dá dicas e informações que uma escola deve seguir e conhecer. Atenção aos
cuidados que pais e educadores devem ter
Bullying
é um termo inglês derivado de bully, que significa algo como
"valentão" e define todas as formas de agressões físicas ou
psicológicas praticadas de forma contínua e intencional. Estas acontecem,
aparentemente, sem motivação e, geralmente, são praticadas por um grupo de
"valentões". Também pode ser praticada por apenas um indivíduo, mas é
menos comum. Esse ato de violência acaba por intimidar, além de, em alguns
casos, machucar a vítima que geralmente está em situação de desigualdade, sem
poder reagir.
No
caso específico de deficiência física/intelectual na escola, temos basicamente
duas formas de analisar. Primeiramente pelo tipo da instituição - se só recebe
alunos com deficiência, esses casos de bullying se tornam mais raros, pois
todos os alunos estão no mesmo nível de necessidade. Mesmo variando suas
deficiências, estarão sempre em igualdade. O problema principal aparece quando
a escola é mista, ou seja, quando uma escola aceita alguns alunos com
deficiência em meio aos outros considerados "normais".
Pessoas
com deficiência e a educação pública*
- Há 280 mil alunos com deficiência matriculados em escolas especiais de 1ª a 8ª séries.
- Há outros 300 mil em classes regulares nessas mesmas séries.
- Apenas 9 mil alunos conseguiram chegar ao ensino médio.
- Há 18.200 escolas públicas para alunos portadores de necessidades especiais no país.
- Somente 120 títulos didáticos têm versão em braile, segundo informações do MEC (Ministério da Educação e Cultura).
- Segundo o último resumo técnico do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2011, quase 80% do total de matrículas da Educação Especial estava nas escolas públicas, o restante, quase 20%, estava nas instituições particulares de ensino.
Vídeos lúdicos e informativos podem ser exibidos a alunos e familiares como educação para a prevenção |
É
preciso mostrar a todos os alunos as qualidades de cada um, de forma educada e
incentivadora
Em
se tratando de alunos com deficiência, caberá aos professores, coordenadores e
outros responsáveis pela escola incentivar incentivar apresentações entre os
alunos. Caso haja atritos, providências devem ser tomadas imediatamente. Ou com
os causadores se desculpando ou, em caso de agressões, denunciando-os aos
responsáveis e resolvendo tudo no início, pois, quanto mais o tempo passar,
mais as agressões se tornarão frequentes e mais violentas ficarão, cada vez
mais difíceis de controlar.
COMO
IDENTIFICAR
Para
saber se a criança sofre bullying na escola, os pais devem ficar atentos aos
sinais da criança em relação a escola. Crianças que alegam dores ou qualquer
motivo para justificar não ir à escola podem estar sendo vítimas de bullying.
Da mesma forma, crianças que apareçam com alguma marca, arranhões, mordidas,
enfim, qualquer sinal que possa sugerir agressões físicas devem ser
investigados.
COMO
AMENIZAR/EVITAR
Conversar
abertamente sobre o assunto com os alunos e pais procurando integrar os alunos
com deficiência aos outros; exibir vídeos sobre o assunto. Mostrar a todos os
alunos as qualidades de cada um, de forma educada e incentivadora, para que
todos entendam que têm qualidades e podem usá-las de forma produtiva e, assim,
superando suas possíveis falhas e limitações.
Também é aconselhável, ao conversar
com os alunos, explicar que não podemos considerar alguém diferente ou
"defeituoso" só por apresentar algum tipo de deficiência. Na verdade
somos todos diferentes uns dos outros, isso compõe nossa característica
particular e nos torna únicos. E se um ou vários coleguinhas apresentam
deficiência, é uma ótima oportunidade de demonstrarmos nossa solidariedade,
ajudando-o em suas dificuldades e nunca zombando ou tratando-o mal.
De
acordo com o tipo de deficiência, deve-se proceder de forma a solucionar os
pontos fracos, ou seja, alunos que apresentam problemas no aprendizado podem
ser incentivados a ter aulas particulares ou de reforço, que pode ser na
própria escola, além de um atendimento psicopedagógico. Casos de deficiência
auditiva ou de fala também precisam de acompanhamento, neste caso, de um
fonoaudiólogo. Um pouco mais raros, mas também possíveis, são os desvios de conduta,
além de traumas e outras ocorrências que precisam ser atendidas por um
psicólogo. Deficiências intelectuais ou doenças mentais precisam do
acompanhamento de um psiquiatra ou neurologista e outras deficiências físicas
também necessitam de um acompanhamento medico de acordo com cada necessidade.
A
escola ideal deve oferecer, no mínimo, os serviços de um Psicopedagogo para
atender casos de problemas/distúrbios de aprendizagem, de um Psicólogo para os
traumas, desvios de conduta etc. E de um Fonoaudiólogo para casos que envolvam
fala/audição. Estes serviços podem ser executados na própria escola ou através
de convênios firmados entre os profissionais e a escola. Aqui estamos citando
escolas particulares que absorvem alunos com maior poder aquisitivo. No caso de
alunos com menor poder aquisitivo cujos pais não têm condições de arcar com as
despesas de uma escola particular poderão procurar os serviços públicos
oferecidos por intermédio das secretarias municipais. O interessante é a escola
pública estar preparada para sugerir os encaminhamentos e saber, de antemão,
quais são os canais mais próximos de atendimento.
O
bullying ocorre sempre quando não há nenhuma fiscalização de adultos ou
responsáveis
Outro
detalhe importante, o bullying ocorre sempre quando não há nenhuma fiscalização
de adultos ou responsáveis. Portanto, outro fator importante: deve haver mais
fiscalização e profissionais especializados para conduzir os alunos durante os
intervalos e mesmo durante as aulas. E é bom saber, também, que a escola pode
ser enquadrada no Código de Defesa do Consumidor, pois presta serviço aos
consumidores e é responsável por todos os acontecimentos dentro de suas
dependências - isso inclui bullying. Mas deve-se lembrar que, ocorrendo fora
dos portões da escola, torna-se difícil enquadrá-la, já que foge do local
interno.
Importante
também saber que tanto agressores quanto agredidos necessitam de muito diálogo
e acompanhamento terapêutico para solucionar seus traumas e conflitos.
Quanto aos deveres dos Governos
- Atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.
- Adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.
- Desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva.
- Estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e adultos com necessidades educacionais especiais.
- Encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais.
- Invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva.
- Garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas.
SERVIÇO
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Assista vídeos sobre bullying e assuntos
terapêuticos em:
http://www.loudeolivier.com/videos-entrevistas.php Leia dados publicados na íntegra em: http://www.ethos.org.br/_uniethos/documents/ manual_pessoas_deficientes.pdf http://portal. mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf http://institutoparadigma.org.br Livros: Lou de Olivier é psicóloga, psicopedagoga, psicoterapeuta, especialista em Medicina Comportamental e escreveu os livros "Distúrbios familiares" e "Distúrbios de aprendizagem e de comportamento", ambos da Editora WAK, indicados como material complementar a este artigo. |
Fonte: Revista Sentidos
Ola Fernanda, estamos procurando fotos da Dra Lou de Olivier na Internet e encontramos seu blog que repassou o artigo dela sobre bullying que foi publicado na Revista Sentidos. Em primeiro lugar, agradecemos por repassar, em segundo lugar, informamos que ela está desenvolvendo diversos tratamentos inclusivos e até um com animais domésticos adaptados a terapia de pessoas com necessidades especiais. Também está lançando uma loja online e muitas novidades. Te convidamos a acessar o portal Lou de Olivier para saber todas as novidades. Atenciosamente, Aline (Ass.Imprensa) Acesse: http://www.loudeolivier.com
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