Preconceito? Cartilha chama a atenção para terminologias politicamente corretas
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A Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
vinculada à Presidência da República, com vistas a colaborar para a construção
de uma cultura de direitos humanos, apresentou em 2004 a cartilha
“Politicamente Correto e Direitos Humanos” como forma de chamar a atenção de
toda a sociedade para o que o historiador Jaime Pinsky chamou de “os
preconceitos nossos de cada dia”.
Todos nós – parlamentares, agentes e delegados
da polícia, guardas de trânsito, jornalistas, professores, entre outros
profissionais com grande influência social – utilizamos palavras, expressões e
anedotas, que, por serem tão populares e corriqueiras, passam por normais, mas
que, na verdade, mal escondem preconceitos e discriminações contra pessoas ou
grupos sociais. Muitas vezes ofendemos o “outro” por ressaltar suas diferenças
de maneira francamente grosseira e, também, com eufemismos e formas
condescendentes, paternalistas.
A idéia do título, “Politicamente Correto”, tem,
em parte, um sentido provocador. Foi escolhida com o objetivo de chamar a
atenção dos formadores de opinião para o problema do desrespeito à imagem e à
dignidade das pessoas consideradas diferentes.
Não queremos promover discriminações às avessas,
“dourando a pílula” para escamotear a amargura dos termos que ofendem,
insultam, menosprezam e inferiorizam os semelhantes que consideramos “os
outros”.
Ao contrário, neste glossário, apresentamos em
primeiro lugar justamente as expressões pejorativas, para depois comentá-las.
Com ele, queremos incentivar o debate, fomentar a reflexão, inclusive pela
razão simples de que, para alguns de nossos interlocutores, nós é que somos os
“diferentes”.
Se queremos ser respeitados, devemos respeitar.
No mínimo, para cumprir o princípio de que todos os homens e mulheres são
iguais, independentemente de origem, cor, sexo, orientação sexual, condição
social e econômica, credo religioso, filiação filosófica ou política etc.
Aleijado – Termo ofensivo, que estigmatiza as
pessoas com deficiência física ou mental. Não é correto chamá-las de “pessoas
deficientes” ou “excepcionais”, atribuindo-lhes incapacidade absoluta. Nem é pertinente
chamá-las de “portadoras de habilidades especiais”, eufemismo que não ajuda a
preservar sua dignidade. Em geral, as pessoas nessas condições preferem ser
tratadas como “portadoras de deficiência” ou simplesmente “pessoas com
deficiência”.
Ceguinho – Expressão de menosprezo, que
estigmatiza os cegos. Em geral, as pessoas privadas de visão preferem ser
chamadas de cegas em vez de “deficientes visuais”, “portadoras de deficiências
visual” ou expressões eufemísticas semelhantes.
Débil mental – Expressão preconceituosa, que
estigmatiza os portadores de deficiência ou distúrbio mental. É utilizada, ao
lado de “debilóide”, “mongolóide” e outros termos afins para desqualificar as
pessoas a quem se atribuir falta de inteligência ou discernimento.
Deficiente – Tratamento generalizador,
inadequado para chamar o portador de deficiência física, auditiva, visual ou
mental. As expressões respeitosas podem ser “pessoa portadora de deficiência”
ou “pessoa com deficiência”.
Mongol ou mongolóide – Termos ofensivos aos
portadores da síndrome de Down, cujas feições faciais lembram as dos habitantes
da Mongólia. As pessoas com essa síndrome, caracterizada pela alteração no
número padrão de cromossomos, têm suas deficiências mentais e físicas
agravadas, se não tiverem tratamento e educação especializada.
Pessoas especiais – Eufemismo inadequado para se
referir às pessoas com deficiência. Do ponto de vista dos direitos humanos,
todas as pessoas, sem exceção, são especiais.
Portador de necessidades especiais – Outro eufemismo
a ser evitado em referência à pessoa com deficiência. A expressão é utilizada
corretamente na área da educação para designar o estudante carente de atenção
especial para seu desenvolvimento escolar. Nesse caso, contudo, não se
restringe às pessoas com deficiência. Abrange também os alunos “superdotados”.
Retardado – Termo insultuoso aos portadores de
deficiência mental, a ser evitado.
Surdo-mudo – Termo inadequado e cada vez menos
utilizado para designar os surdos. O surdo, que em geral tem o aparelho fonador
intacto, só se torna mudo se não receber tratamento adequado nem frequentar uma
escola especializada. Não está, portanto, condenado a ser mudo.
Para ver a cartilha integralmente, baixe o
conteúdo clicando no link a seguir Politicamente Correto e Direitos Humanos
Fonte: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
* Nota do Blog (D)Eficiente: Depois da Convenção do Direitos Humanos da ONU em 2008 o termo Portadores foi excluído para se atribuir às PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.
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