Jovem paraplégica diz que é possível sentir prazer no sexo após acidente
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Sophie
Morgan, de 28 anos, está paralisada abaixo do peito desde 2003. Britânica conta
como retomou sua vida sexual e conheceu o noivo Tom.
Sophie relatou sua
história de vida e sexo
ao site do jornal
britânico 'Daily Mail'
(Foto: Daily Mail/Reprodução) |
Uma
inglesa de 28 anos que sofreu uma grave lesão na coluna em um acidente de carro
em 2003 relata ao site do jornal "Daily Mail" que é possível sentir
prazer no sexo, mesmo tendo ficado paralisada do peito para baixo.
Sophie Morgan está noiva há um mês e diz que não
tem do que reclamar sobre sua vida sexual. Quando perdeu parcialmente os
movimentos do corpo e começou a andar de cadeira de rodas, a jovem achou que
viveria em celibato, mas com o tempo descobriu que isso estava longe de ser
verdade.
Quando Sophie foi convidada a escrever sobre sua
vida sexual, ficou hesitante, pois nunca foi exibicionista nem gostava da ideia
de que pessoas estranhas soubessem de detalhes da sua intimidade. Mas ela
decidiu abrir sua história ao perceber que esse tema era um tabu para muita
gente.
A jovem confirma que muitos indivíduos com
deficiência não são assexuados, também fazem sexo – uma "necessidade
humana básica" para ela – e são capazes de apreciar esse momento. Segundo
Sophie, falar francamente sobre o assunto pode ajudar a romper barreiras de
desigualdade e falta de liberdade.
Interrupção e volta à vida sexual
Antes do acidente, Sophie diz que era uma pessoa
aventureira e gostava de viajar e dançar. Porém, nos meses após o acidente, em
meio a dores e emoções como negação, raiva, medo, tristeza profunda e depois
aceitação, ela afirma que não se lembra se chegou a pensar em sexo.
Na época, a jovem estava solteira, mas já havia
tido um relacionamento sério na adolescência. Ela conta que ninguém conversou
com ela sobre sexo – nem os cirurgiões, médicos, fisioterapeutas e psicoterapeutas
que a atenderam. Sophie destaca que os profissionais estavam ocupados em salvar
a vida dela, devolver-lhe os movimentos e fazê-la reaprender as tarefas diárias
mais básicas, como se lavar, vestir e ir ao banheiro.
O que a consolava, segundo a britânica, eram
suas memórias. Até que algo surpreendente aconteceu: Sophie se matriculou em
uma escola de artes, e um surfista bonito de cabelos compridos, chamado Olly,
convidou-a para sair. Ela diz que estava disposta a aceitar e resolveu investir
no rapaz.
Com o tempo, a garota foi tomando consciência
sobre áreas de seu corpo que se tornaram mais sensíveis após o acidente. E,
quanto mais ela se envolvia mentalmente, mais tinha prazer – podia, inclusive,
sentir a penetração do namorado e chegar ao orgasmo.
"Essas sensações são, sem dúvida,
diferentes em comparação ao que eu sentia antes do acidente. Mas, apesar de o
dano à medula espinhal ter afetado grande parte do meu corpo, existem outras
vias nervosas em atividade", ressalta.
O relacionamento com Olly chegou ao fim, Sophie
ficou triste, mas ao mesmo tempo recuperou a confiança no próprio corpo. Alguns
meses mais tarde, seis anos atrás, ela foi visitar um amigo da faculdade e foi
apresentada a alguns colegas dele, como o acupunturista Tom, de 28 – que agora
é seu noivo.
Ela lembra que, inicialmente, eles flertaram,
mas nada aconteceu. Mais tarde, Tom admitiu que, apesar de achá-la linda, ele
pensava que ela seria incapaz de se envolver sexualmente ou ter filhos. Na
dúvida, o rapaz perguntou ao amigo em comum se a jovem poderia transar.
Sophie confirma que as principais dúvidas das
pessoas sobre ela são realmente essas – além de como ela vai ao banheiro.
A jovem diz que Tom confessou seus sentimentos
iniciais de pena, e que ela não sentiu raiva ou surpresa com isso, afinal,
tinha pensado a mesma coisa durante muito tempo sobre pessoas com deficiência.
Ela também sabe que não é porque pode ter certas sensações abaixo da cintura
que isso vale para todos os paraplégicos.
A intenção da britânica com tudo isso é mostrar
que pessoas deficientes também podem ser sensuais, desejadas e ter um final
feliz, ao usar a criatividade para superar suas limitações físicas.
Sexo x deficiência
O tema "sexo e deficiência" veio à
tona recentemente com o filme "As sessões", que concorreu ao Oscar na
categoria melhor atriz coadjuvante para Helen Hunt. A história explora a vida
do poeta Mark O'Brien, que ficou inválido por uma poliomielite. E o enredo gira
em torno de sua relação com a terapeuta interpretada por Helen, que o ajuda a
perder a virgindade.
No Reino Unido, há cerca de 11 milhões de
pessoas com deficiências físicas, 15% delas em idade sexualmente ativa. E a
maioria (83%) não nasceu paralisada, mas ficou com o problema mais tarde, em
decorrência de doença ou acidente.
Uma publicação britânica sobre deficiências, que
entrevistou mais de mil pessoas nessas condições, aponta que 85% já fizeram
sexo alguma vez na vida e metade tinha um parceiro. Mas, por outro lado, um
levantamento divulgado por um jornal do país revelou que 70% dos britânicos não
iriam para a cama com alguém com algum tipo de deficiência física.
Fonte:http://g1.globo.com
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