Droga oral melhora movimento em camundongos com lesão na medula

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Composto pioneiro atravessou a barreira sangue-cérebro, não aumentou a dor e não mostrou efeitos tóxicos para os animais.

   Uma droga oral experimental foi eficaz em melhorar o movimento de camundongos que sofreram lesão medular, de acordo com estudo de pesquisadores da Universidade de Ohio, nos EUA.
   O composto atravessou de forma eficiente a barreira sangue-cérebro, não aumentou a dor e não mostrou efeitos tóxicos para os animais.
   “É a primeira vez que temos um medicamento que pode ser tomado por via oral para produzir melhora funcional sem nenhuma toxicidade em um modelo de roedores.
   Até agora, no campo de lesão medular com modelos de roedores, tratamentos eficazes incluíram mais de uma terapia, muitas vezes envolvendo meios invasivos.
   Aqui, com um único agente, fomos capazes de obter melhora funcional”, afirma a autora da pesquisa Sung Ok Yoon.
   A molécula no estudo foi testada quanto à sua capacidade de prevenir a morte de células chamadas oligodendrócitos.
   Estas células cercam e protegem os axônios, envolvendo-os na mielina. Além de funcionar como isolamento axônio, a mielina permite a rápida transmissão de sinais entre células nervosas.
   A droga preservou os oligodendrócitos por meio da inibição da ativação de uma proteína chamada p75. Yoon mostrou anteriormente que p75 está associada à morte destas células especializadas após uma lesão da medula espinal. Quando elas morrem, os axônios que são apoiados por elas degeneram.
   “Porque sabemos que oligodendrócitos continuam a morrer por um longo período de tempo depois de uma lesão, teorizamos que, se pudéssemos colocar um freio na morte celular, poderíamos prevenir a degeneração continuada de axônios.
   Muitos pesquisadores da área estão se concentrando na regeneração de neurônios, mas nós focamos especificamente em um tipo diferente de células, pois isso permite uma janela terapêutica de tempo relativamente longa”, observa Yoon.
   Um tratamento corrente agudo para os seres humanos, com metilprednisolona, deve ser administrado dentro de oito, mas não mais de 24 horas após a lesão.
   Estima-se que 1,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos estão vivendo com lesões na medula espinhal, com paralisia e complicações que incluem disfunção do intestino, bexiga e sexual e dor crônica.
   A droga experimental, chamada LM11A-31, é a primeira a ser desenvolvida com um alvo específico, p75, como uma terapia potencial para lesão da medula espinhal.
   Pesquisadores deram três diferentes doses orais de LM11A-31, bem como um placebo, a diferentes grupos de ratos quatro horas após a lesão e em seguida, duas vezes por dia, durante um período experimental de 42 dias.
   Os cientistas analisaram eficácia do composto para melhorar o movimento do membro e prevenir a perda de mielina.
   As lesões da medula espinal em ratos imitavam as provocadas em seres humanos através da aplicação de força extensiva e de pressão, resultando em perda da função dos membros posteriores.
   Os pesquisadores determinaram que os ratos não sentiam mais dor do que o grupo do placebo em todas as doses testadas, sugerindo que LM11A-31 não piora a dor do nervo após a lesão medular.
  A análise mostrou que a extensão da mielina poupada foi dependente da dose do medicamento. Cada dose, 10, 25 ou 100 mg / kg, conduziu a um aumento da mielina poupada, com a dose mais elevada demonstrando o maior efeito.
   A lesão nos animais causou uma perda de cerca de 75% de axônios mielinizados na área de lesão no grupo placebo.
   Esta perda foi reduzida de modo que os axônios mielinizados atingiram mais de metade dos níveis normais com LM11A-31 a 100 mg / kg.
  “Isso foi correlacionado com um aumento de cerca de 50% nos oligodendrócitos sobreviventes em comparação com os do grupo de placebo”, destaca Yoon.
Camundongos que receberam a dose mais elevada da droga poderiam caminhar com passos bem coordenados.
   Em testes de natação, os cientistas viram melhorias semelhantes, com os ratos que receberam a maior dose sendo mais capazes de coordenar os membros posteriores. Os outros grupos de tratamento apresentaram dificuldade em caminhar e nadar.
“Esses resultados mostram claramente que este é o primeiro medicamento oral para lesão da medula espinhal, que trabalha sozinho para melhorar a função dos membros”, conclui Yoon.

Fonte: Isaude.net

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