Na capital federal, oito entre 10 motéis possuem acessibilidade para deficientes
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Em um dos motéis visitados, cerca de
40 casais visitam as suítes adaptadas mensalmente
Diferentemente da precariedade de
adaptações para deficientes físicos em hotéis e restaurantes da capital do
país, os motéis do Distrito Federal surpreendem quando o assunto é acessibilidade. Dos dez estabelecimentos
visitados pelo Alô Brasília, oito possuem suítes ajustadas para portadores de
necessidades especiais* que procuram mais conforto na hora do prazer.
Quarto sem degraus, camas e banheiras
mais baixas, portas largas, barras de apoio e chuveiro ao alcance das mãos, são
algumas das adaptações que os deficientes podem encontrar nas suítes dos motéis
localizados em Taguatinga, Sobradinho, Águas Claras e Candangolândia.
O gerente do Motel Afrodite, em
Taguatinga Sul, Felipe Vilela, contou que cerca de 40 casais visitam a suíte
adaptada mensalmente. Para passar 2 horas em um desses quartos, o casal
desembolsa R$ 55 – os quartos normais custam R$ 54. “Pessoas que não têm
deficiência também procuram a cabine por ela ser mais espaçosa. Sai um pouco
mais cara devido ser mais confortável”, explica o gerente.
Segundo o cadeirante Henri Peres, 29
anos, todos os locais da capital deveriam ter acessibilidade. “Eu acho um
desrespeito um portador de necessidade especial* ser limitado a qualquer coisa
que seja. As vontades dos deficientes são as mesmas. As necessidades especiais
não eliminam as naturais”, ressalta.
Ele conta que não sabia que existiam
tantos motéis acessíveis em Brasília. “Todo lugar que eu queira frequentar,
pesquiso antes. Quando sei que não tem adaptações, nem me dou ao trabalho de ir
pra evitar aborrecimento. Todos os locais devem estar prontos pra me atender. É
uma questão de respeito aos meus direitos como cidadão”.
Profissionais de libras à disposição
A gerente do Motel Flamingo Shopping,
em Sobradinho, Elza Bezerra, concorda com o cadeirante Henri. “De 100% das
pessoas que frequentam nosso estabelecimento, apenas 25% é deficiente físico.
Acredito que essa baixa procura é devido a falta de informação. São poucos os
locais que são acessíveis aqui no DF”, diz a gerente. Ela contou que por
possuir pessoas na família que possuem necessidades físicas especiais, acabou
tendo um olhar diferenciado para essas pessoas. “O governo e as pessoas
esquecem que todo mundo tem direito ao amor e prazer”, enfatiza.
Elza também explicou que o motel está
sempre aberto para sugestões. “Os deficientes sempre nos ajudam para podermos
melhorar mais e mais. Já nos informaram que a mesa estava muito alta e
consertamos. Temos um resposta muito grande”. A gerente também conta que
existem três suítes adaptadas e até profissionais que sabem libras (a linguagem
dos sinais para a comunicação com surdos) no local. A Lei 3.298 determina a
adaptação de 4% das dependências de uso coletivo de motéis e hotéis do DF para
portadores de necessidades especiais*.
Mitos sobre a sexualidade dos
deficientes físicos
Jovens com deficiência não são
sexualmente ativos:
Embora alguns adolescentes, com
deficiência profunda, possam ser menos aptos que seus pares para serem
sexualmente ativos, a crença é infundada, pois não se deve assumir que a
condição de deficiência por si só, preveja o comportamento sexual.
Problemas quanto à expressão sexual
do deficiente ocorrem em função de sua deficiência:
Estudos demonstram que problemas
físicos e mentais têm menor influência sobre a expressão sexual do deficiente
do que sua integração social. A conduta sexual é aprendida, formada e reforçada
por factores ambientais. Os ambientes integrados oferecem maiores probabilidades
de reforçar condutas integradas.
O deficiente mental não pode ter vida
sexual ativa:
O deficiente mental, como qualquer
outro indivíduo, tem necessidade de expressar
sentimentos de modo próprio e intransferível. A repressão da sexualidade
pode alterar o equilíbrio interno, diminuindo as possibilidades de se tornar um
ser psiquicamente integral. Por outro lado, quando bem encaminhada, a
sexualidade melhora o desenvolvimento afetivo, facilitando a capacidade de se
relacionar, melhorando a autoestima e a adequação à sociedade.
Fonte: alo
Nota do blog: O termo correto é Pessoa com Deficiência (PcD) e não portadores de necessidades especiais.
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