Crianças com Síndrome de Down são astros de cinema em um calendário da Xuxa
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por: Vera Garcia
Quem também chamou a atenção horas antes de sua performance foi Claudio
Aleoni (27). Ele não queria fazer feio ao encarnar o par de sua apresentadora
preferida ao reproduzir memorável cena do clássico Titanic, na proa do navio,
eternizada no cinema por Leonardo Di Caprio (37) e Kate Winslet (36). “Claudio
estava emocionado. Ele se preparou muito, interpretou mesmo”, disse, eufórica,
Xuxa. Com a tarefa cumprida, o jovem falou entusiasmado sobre a experiência.
“Claudio Jack e Xuxa Rose sentiram o vento no rosto… Fiquei muito feliz de
estar com ela, é uma grande amiga”, contou ele, fazendo uma brincedira com os
nomes dos personagens.
O anuário, que chega à sétima edição, a quarta realizada com o apoio de
famosos e a primeira protagonizada por um único artista, foi idealizado pelo
Grupo Happy Down, que tem Andrea Barbi (42) e Audrey Bosio (35) como
fundadoras, mães de Nathalia (9) e Isabella (9), ambas com a síndrome. O
objetivo é levar à reflexão para mostrar que as crianças e jovens são
indivíduos como quaisquer outros, com potencialidades e direitos. “Buscamos
desmitificar o tema, estimulando a inclusão social e o conceito de respeito à
diversidade humana”, explicou Andrea, que ressaltou ainda a receptividade de
Xuxa. “Foi uma surpresa extremamente agradável. Sempre gostei dela na
televisão, mas, de repente, a vejo em sua casa, megassimples, querida, andando
descalça, se divertindo sentanda no chão com os pequenos. A gente percebia que
era algo de coração, de emoção mesmo”, atestou. Toda a renda com a
venda do calendário será revertida para o Grupo Síndrome de Down da Associação
das Voluntárias do Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo, e beneficiará
mais de 170 famílias carentes. E poderá ser encontrado, a partir de R$ 19,90,
nas unidades da Livraria Cultura, no site www.livrariacultura.com.br e também na loja da Fnac na Barra da Tijuca, no Rio.
–
Como recebeu o convite para estrelar o calendário?
Xuxa – Nas outras edições, cada artista tinha feito uma
única foto então, logo perguntei: ‘vou fazer uma só?’ E me disseram
que a ideia era que eu estivesse em todas. Aceitei na hora. É um trabalho muito
lindo. E quem está à frente, chamando as pessoas, divulgando, são duas mães que
têm filhos com síndrome de Down. Todos deveriam se tocar e ajudar na luta pela
inclusão. Eles são pessoas que necessitam de uma atenção diferenciada, mas têm
seus direitos, precisam trabalhar, e de escolas preparadas para recebê-los. Há
pouco tempo puderam até votar.
Andrea
Barbi – Xuxa sempre deu muito força
para a causa em todos os seus trabalhos e, principalmente, no Só Para
Baixinhos. Ela é uma profissional incrível, por isso a gente sempre quis
tê-la no projeto. Usa a linguagem dos surdos, conta com criança com síndrome de
Down ou cadeirantes em seus vídeos. Então, o trabalho dela é muito importante.
Não só na forma como trata de igual para igual, mas também em sua preocupação.
Conheço casos de baixinhos que aprenderam as cores e a contar a partir do XSPB.
Com isso, ela tem participação importantíssima na parte de inclusão social.
– O
que mais chama a atenção nas crianças e jovens com a síndrome?
Xuxa – Eles são apaixonantes, beijam demais, são muito carinhosos.
Alguns também são bastante carentes. Mesmo nas fases adolescente e adulta, não
perdem a pureza, a essência da infância. E todos sabem do meu amor por
crianças, as considero anjos. Elas olham para mim diferente, então,
me sinto uma pessoa especial. Vejo estes cotoquinhos lindos, fico boba, eles
são a minha tomada de energia.
–
Você é engajada em muitas causas sociais. Tem a dimensão da sua força como
pessoa pública?
Xuxa – O que sei é que gosto bastante de participar de projetos como
este. É algo que peço às pessoas. Mas acho que muitas não acreditam ou têm
vergonha de me chamar. Mas volto a dizer: ‘me usem, gente’. Sei que tenho um
espaço, como este que a CARAS está me dando, por exemplo, onde posso falar de
assuntos importantes, das necessidades deles. Trabalho para crianças, não
importa se estão numa cadeira de rodas ou não, se são autistas, surdos… Minha
preocupação é com o bem-estar e a proteção.
– É
verdade que, devido ao cabelo escuro, alguns pequenos estranharam você?
Xuxa – A Naná (filha de Andrea) não me reconheceu. Fiquei arrasada! Ela
não me olhava, nem me dava bola. Tanto que estava curtindo ser morena, podia
ficar mais um tempo, mas a minha vontade de voltar a ser loira surgiu porque
tinha que fazer a foto da capa e da divulgação do calendário. E como a Naná ia
participar, pensei: ‘pelo amor de Deus, preciso estar loira’. (risos)
Andrea
Barbi – Teve um momento engraçado
também quando ela estava vestida de Gepeto. O menino que fazia o Pinóquio, o
Leonardo, estava agitado, brincando ao seu lado e nem ligava para a Xuxa. Daí
alguém pôe em um Ipad um vídeo dela. E, imediatamente, ele começou a gritar:
‘Xuxa, é a Xuxa’. E ela ali do lado, dizia. ‘tá bom, aproveita esta Xuxa aí.
(risos)
– Xuxa, você também está envolvida no XSPB 12, que deve ser lançado
em 2013. Qual o diferencial para as outras edições?
Xuxa – Foi um dos motivos para que eu voltasse a ser loira logo, já que
é um trabalho direcionado aos pequenos. O tema será dança. Vamos ensinar samba,
lambada, funk, chula. Nossa ideia é mostrar que existem várias maneiras das
pessoas se soltarem. Tem uma canção que fala: ‘mil maneiras de andar, mil
maneiras de dançar…’ Então, não importa se uma acompanha mais rápido, outro
devagar, o bacana é experimentar. Teremos este ano as participações especiais
do Alexandre Pires, Buchecha, Michel Teló e Daniel.
– O
DVD anterior, o 11, recebeu agora a indicação ao Grammy Latino como Melhor
Álbum Infantil…
Xuxa – Para mim, o que mais importa, de verdade, é ver as crianças
cantando, dançando e se divertindo. Muita gente até se chateia quando digo
isso. Eu agradeço, acho um reconhecimento bacana, mas meu maior prêmio é
continuar a vê-los curtindo o meu trabalho. Isso é um Grammy para mim.
Fonte: APNEN Nova Odessa
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